A Áustria e a Alemanha cultivam uma variedade de uva que tem o errôneo nome de Portugieser, mas ela também cresce em outros lugares da Europa Central e Oriental. É também chamada de Blauer Portugieser, que dá um vinho tinto simples e barato na maior parte das regiões do norte, mas que pode se apresentar como uma bebida interessante e cheia de sabor na Hungria e na Romênia. Todavia, o nome sugere que ela tenha origem portuguesa e ampelógrafos encontraram algumas evidências para sugerir isso. Afirma-se que o ampelógrafo austríaco Johann von Fries trouxe-a da região do Porto para perto de Bad Vöslau em 1772. Na Hungria, foi conhecida por kékportó até recentemente por este motivo. Há evidências indicando que a uva foi amplamente estabelecida na Áustria no século XIX, e as mudas também foram levadas para a Alemanha. A partir daí, as plantações de Portugieser, popularizou-se durante o boom do vinho tinto alemão dos anos 70, quando chegou a bater a Pinot Noir (Spätburgunder) nas plantações de uvas tintas. Em outras partes do mundo a uva é conhecida pelos sinônimos: autrichien, badener, blaue feslauertraube, feslauer, kékoportó (Hungría), modrý Portugal (República Checa), portugizac plavi (Croacia), modra portugalka (Eslovenia), portugizer (Serbia), Oporto, portugais bleu (França e Chile), portugieser, vöslauer, portugizac crni y portugaljka. Todavia, o respeitado Sommelier brasileiro Guilherme Corrêa, salienta que realmente esta visão era a que predominava e já não mais prevalece. No Wine Grapes da Jancis Robinson, José Vouillamoz e Julia Harding MW já aparece a nova versão que coloca a uva na Áustria, sem conexão com Portugal.

Fontes: O Grande Livro dos Vinhos – Publifolha Agosto/2012 e Jancis Robinson

A Portugieser é uma uva relativamente fácil de cultivar devido a sua resistência a várias enfermidades da videira, como coulure. Não obstante, é suscetível ao oídio. Pode produzir altos rendimentos que frequentemente superam os 120 hectólitros por hectare. Uma consequência negativa destes altos rendimentos é normalmente o baixo nível de acidez que, se não for corrigido durante a vinificação, pode produzir vinhos “flácidos”e de pouco frescor. Produzida geralmente em climas frios, a uva é frequentemente “chaptalizada” para aumentar os níveis de alcool. Antigamente alguns produtores podiam chaptalizar demasiado até o ponto em que os  altos níveis de açúcar podiam confundir as leveduras durante a fermentação, deixando consideráveis quantidades de açúcar residual e, consequentemente, elevado dulçor no vinho.

Degustação –

Villáni Gere Attila Portugieser 2013 – Álcool: 12% – Região: Villány/Hungria – Preço: R$ 109,90 – Importador: Decanter Vermelho-rubi brilhante de média intensidade. Aromas de frutas vermelhas frescas, especiarias sobre um fundo terroso. Paladar de médio corpo, equilibrado, um pouco assertivo, madeira bem colocada (4 meses em tonéis de carvalho de 5.000 litros), algum refinamento, termina ligeiro, fresco e instigante. Vale a experiência. Avaliação: 89/100 pts.

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