Patrimônio de seus países, as uvas autóctones produzem diferentes sensações organolépticas, permitindo harmonizações com pratos que podem ser difíceis com as castas tradicionais. Essa é a primeira de uma série de degustações de vinhos de diversas origens e distintas das castas globalizadas. Na nossa última reunião da Confraria “Esvaziando a Adega”, com a presença deste redator e dos hábeis degustadores Lucas Garaldi e André Schmid, foram degustados dois tintos da variedade Petite Sirah, coincidentemente produzidos no Chile pelo mesmo grupo vinícola: Santa Rita.
O “Grande Livro dos Vinhos da Folha de S. Paulo” assim define a Petite Sirah: “variedade de uva tinta que tem ancestrais em Montpellier, no vale do Rhône (cruzamento natural da Syrah com a Peloursin, variedade de menor expressão) e que está mais intimamente ligada à Califórnia. Não há nada de pequeno quanto a seu colorido, corpo ou quantidade de taninos. Revela sabores adequados, mas discretos de amora-preta e, às vezes, de pimenta preta. Possui estrutura para envelhecer de dez a vinte anos. A Petite Sirah foi usada em cultivo associado com a Zinfandel, mais popular, e outras variedades, em misturas de campos comuns do século XIX. Até hoje, muitas vezes é misturada em até 25% para fortificar o Zinfandel, menos tânico e de colorido tipicamente mais claro.”
O contrarrótulo do Carmen:
Conclusão –
Dois vinhos formidáveis, distantes anos-luz dos vinhos convencionais. Superlativos e sobretudo bem feitos, são raríssimos eis que a produção é diminuta. Se você prezado leitor se deparar com qualquer um deles, compre-os sem pestanejar. E esqueça-os na adega…
Passarei na Santa Rita em poucos dias. Está à venda na mesma ?