Júlio Tassara de Bastos é um dos principais vinicultores da região do Alentejo. Em 1992, ele vendeu metade da propriedade da família, a Quinta do Carmo Garrafeiras, para a Domaines Barons de Rothschild (Lafite). A vinícola e os escritórios foram transferidos para a propriedade das Carvalhas, onde se construiu uma vinícola nova. Mas Júlio, depois, vendeu sua parte na vinícola e retomou seu próprio empreendimento. Embora ele ainda possuísse a casa na Quinta do Carmo, não podia mais usar o nome e, por isso, começou um novo negócio chamado Dona Maria. Júlio dispõe de 53 ha de vinhedos, com ênfase no mesmo clone antigo de Alicante Bouschet, que era o coração do clássico Quinta do Carmo Garrafeiras. As primeiras uvas do Dona Maria foram colhidas em 2003 e Júlio agora faz alguns vinhos excelentes que vão desde um rosé elegante até um Reserva denso e estruturado. O grande destaque é o magnífico Júlio B. Bastos Alicante Bouschet. É considerada uma vinícola “revelação” do Alentejo. Fonte: O Grande Livro dos Vinhos – 1ª edição – agosto/2012
Degustação –
Dona Maria Reserva 2006 – Região: Alentejo – Variedades: Alicante Bouschet (50%) e o restante Syrah e Petit Verdot em partes iguais – Álcool: 14,5% – Importador: Decanter (o atual importador é P.P.S.) – um dos tintos mais refinados do portfólio deste produtor. Cor opaca intensa revelando turbidez e partículas em suspensão. Aromas complexos de perfil terciário com notas de frutas secas, couro velho sobre um fundo etéreo. Boca firme com notas crocantes e alguma reminiscência de frutas negras (ameixa e amora), taninos macios, baixa acidez, álcool generoso promovendo aquecimento do paladar e a madeira está facilmente perceptível (12 meses de carvalho francês novo). Enfim, um tinto de nítida tipicidade alentejana, todavia, muito evoluído dando sinais de algum cansaço. A safra 2006 não foi lá essas coisas no Alentejo, mesmo assim este vinho estava em boas condições para ser degustado o que revela a seriedade do produtor, mas muito diferente do habitual. Avaliação: 88/100 pts.