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Wines of Uruguay promoveu em SP, no último dia 20 de outubro de 2016, evento com a presença de mais de vinte produtores do Uruguai. A recepção dos formadores de opinião paulistanos aos produtores uruguaios foi digna de nota, eis que o salão do hotel onde se realizou a degustação ficou lotado. É bom destacar que o evento foi conduzido pelo especialista e Presidente INAVI, José María Lez. A seguir, nossas impressões sobre uma das revelações, a Viña Bracco Bosca, de Fabiana Bracco, assistida no evento pela Sommelier Antonella De Ambroggi. No Brasil os vinhos são importador por Domno.

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BraccoBosca é uma vinícola familiar fundada em  2005 localizada a 8 km de distância do litoral uruguaio e é conhecida pelos seus já clássicos exemplares de Tannat. Elaborados minuciosamente pelas famílias Bracco e Bosca, os vinhos Ombú são cultivados em um microterroir, na região do Rio Del Plata. Ombú é homenagem à árvore nativa do Uruguai que também está presente na região da vinícola. Segundo uma história local, os antigos proprietários das terras da vinícola tinham o costume de guardar suas riquezas sob a árvore Ombú. Com o passar dos anos, a árvore acabou sendo atingida por um raio e perdeu suas folhas. Com o surgimento da vinícola, a árvore ganhou vida novamente, trazendo um significado para a BraccoBosca de que seus vinhedos são a sua maior riqueza. A seguir descrições e respectivas avaliações dos vinhos degustados no evento retromencionado:

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Ombú Sauvignon Blanc 2016 – Álcool: 13% – Região: Piedra del Toro/Atlántida/Canelones – De fato, os vinhedos localizados a apenas oito quilômetros do mar entregam muito frescor e intensidade ao aroma deste Sauvignon Blanc. Análise organoléptica: palha brilhante a denunciar sua juventude. Aberto nos aromas com flor de maracujá, tons cítricos sobre ligeiro mineral. Boca no mesmo diapasão, esbanjando complexidade, frescor e mineralidade. Destaca-se por sua tipicidade e vivacidade. Avaliação: 89-90/100 pts.

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Ombú Tannat 2015 – Álcool: 13,6% – Região: Piedra del Toro/Atlántida/Canelones – recém engarrafado, exibiu a cor intensa típica da variedade e poucos aromas. Na boca taninos macios, álcool integrado e acidez média/baixa. Fácil de tomar. Avaliação: 88/100 pts.

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Ombú Tannat Reserve 2016 – Álcool: 14,5% – Região: Piedra del Toro/Atlántida/Canelones –  aqui 50% do vinho permanece 5 meses de maturação em barricas de carvalho – Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso. Aromas herbáceos. Bom volume de boca, taninos macios (vinho pronto, engarrafado recentemente), madeira integrada, mas faltou-lhe a pegada típica dos Tannats. Avaliação: 88/100 pts.+

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Ombú Petit Verdot Reserve 2016 – Álcool: 13,8% – Região: Piedra del Toro/Atlántida/Canelones – intenso e profundo na cor, exibiu aromas finos (frutas negras, leves cassis). No paladar, taninos presentes sem incomodar, acidez média, boa presença de fruta num tinto balanceado, fácil de beber e que desta forma surpreendeu na taça, eis que a Petit Verdot é pouco cultivada no Uruguai. Avaliação: 89/100 pts.+

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Ombú Syrah Reserve 2016 – Álcool: 12,8% – Região: Piedra del Toro/Atlántida/Canelones – vermelho-rubi de média intensidade. Boa presença de frutas vermelhas no nariz, mas na boca decepcionou um pouco por falta de corpo e persistência. Avaliação: 87/100 pts.

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Ombú Tannat/Syrah/Petit Verdot 2015 – Álcool: 12,8% – Região: Piedra del Toro/Atlántida/Canelones – A Tannat participa com 40% e confere estrutura. A Syrah contribui com fruta e a Petit Verdot longevidade. O resultado é um vinho de cor acentuada, aromas tostados, taninos  macios, álcool integrado e razoável expressão de fruta. Jovem, o tempo será seu grande aliado eis que tem plenas condições de evoluir na garrafa. Avaliação: 88/100 pts.+

Uruguay

Conclusão –

Para uma vinícola estreante os resultados são bons, mas a tendência é a de que esses vinhos entusiasmem ainda mais nas próximas edições. Por ora, os Tannats são corretos, mas o Sauvignon Blanc realmente se mostrou de elevada qualidade por refletir com fidelidade o terroir local que tem nítida influência do Atlântico. Os tintos são bons, mas um pouco parecidos entre si. Os Tannats por exemplo ressentiram-se da potência e rusticidade característicos da variedade. Mas, por outro lado, são fáceis de beber. São de estilo moderno. Já estão prontos para a taça. Essa é a vantagem da clara opção feita pelo enólogo de fazer vinhos para beber logo. O blend de variedades se mostrou promissor. Já o Petit Verdot se mostrou um tinto com a “pegada” que faltou aos Tannats (trata-se de uma variedade difícil, que não é todo mundo que gosta. O respeitado crítico chileno Patrício Tapia por exemplo em seus artigos abertamente manifesta sua opinião sobre ela). Enfim, os vinhos BraccoBosca tem tudo para conquistar seu lugar no mercado brasileiro, porque a vinícola está no caminho certo. Reitero: vamos aguardar atentamente as próximas safras!

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