Por Pablo Rodríguez Mezzetta para Bodegas del Uruguay —

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Apresentamos cinco vinhos uruguaios únicos, elaborados com variedades pouco ou nada conhecidas não só no Uruguai como no Cone Sul. Agora,  atreva-se a descobri-los!

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Vamos romper um pouco o figurino tradicional recomendando uma série de vinhos que nos permitam descobrir variedades pouco tradicionais. E quando falamos em “pouco tradicionais” nos referimos a cepas que, se bem populares em outras partes do mundo ou até frequentes, no Uruguai ou neste lado do mundo – concretamente na América do Sul – nos soam raras ou pouco habituais comparadas com as onipresentes Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, etc.

Se você gosta de fugir da rotina e provar coisa novas, preste atenção nos vinhos a seguir. E atreva-se a descobri-los!

El Capricho Verdejo 2016 – El Capricho Winery

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Verdejo é uma variedade branca muito cultivada em várias regiões da Espanha, principalmente em Castilla-La Mancha, mais especificamente em Rueda, coração geográfico desta variedade. É muito versátil, já que se pode obter tanto vinhos muito frescos para tomar rapidamente, como vinhos fermentados em carvalho de muito boa estrutura e alta complexidade.

El Capricho Winery é um empreendimento bastante recente, situado no Departamento de Durazno – já mencionado pelas Bodegas del Uruguay, que de a pouco a pouco está logrando impor-se entre os amantes do bom vinho, com uma boa distribuição e uma série de apresentações de seus produtos que se realizaram durante o ano passado.

Este El Capricho Verdejo 2016 surge a partir de vides pré-existentes em El Carmen, as quais geram um vinho fresco, de alta acidez e bom volume em boca, o que lhe confere uma versatilidade gastronômica incrível. Ideal para pratos com molhos cítricos.

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Artesana Zinfandel 2016 – Artesana Winery

A bodega não necessita praticamente de uma carta de apresentação. Um projeto bastante recente de tamanho minúsculo para o que é o mercado mundial de vinhos mas de grande coração, que logrou posicionar-se em pouco tempo como referência em vinhos tintos de alta qualidade.

A variedade Zinfandel é uma referência da Califórnia, ficando atrás somente das gigantes como Cabernet Sauvignon e Chardonnay. De origem croata (ainda que você não acredite), expandiu-se à Itália onde é conhecida pelo nome de Primitivo sendo utilizada frequentemente para corte com outras variedades.

O Artesana Zinfandel 2016 produzido em Las Brujas, Canelones, é um vinho tinto fresco, sem passagem alguma por barrica, de aromas a frutas escuras (ameixas e uva-passa), um toquinho de especiarias e leve na boca. Acompanhe-o com pratos de estrutura média ou a clássica “picada” uruguaia antes do jantar. Ele não irá decepcionar.

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Giménez Méndez Alta Reserva Touriga 2013 – Giménez Méndez

Touriga (Nacional) é uma variedade portuguesa clássica, protagonista nos cortes com os quais se realizam os famosos vinhos fortificados conhecidos mundialmente como “Oporto” ou “Porto”, ainda que também dentro do território lusitano, em muitas outras regiões, se elaboram com ela vinhos em versões de média e alta gama, varietal ou corte. Quando se vinifica “solo” entrega vinhos potentes de grande estrutura, o que a converte em uma variedade perfeita para elaborar vinhos de guarda.

Giménez Méndez começou a produzi-la e a incorporou na sua linha Alta Reserva faz poucos anos, obtendo uma repercussão muito boa. Possui uma cor violeta de grande intensidade, aromas intensos a frutas maduras e doces, com uma boca seca de taninos doces e potentes. É um vinho muito sedutor para aqueles apreciadores de tintos aromáticos e expressivos.

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Nero d´Avola Single Vineyard 2016 – De Lucca

Nero d´Avola é uma variedade de origem siciliana muito pouco conhecida por esta parte do mundo. Na ilha italiana é a “rainha”, ainda que também se pode localizar algum exemplar interessante elaborado com ela no sul da bota. Seu nome provém de uma pequena localidade siciliana chamada Avola. Produz vinhos de cor intensa, marcados pelas especiarias no nariz e de álcool médio a alto.

No ano passado, De Lucca lançou este Single Vineyard de El Colorado que surpreendeu a muitos, entre os quais me incluo. Sua intensidade de cor é impressionante, não deixa de ser um vinho leve e fresco, mas com uma presença interessante de taninos secos, selo característico dessa bodega.

O aroma é fiel à variedade, com uma combinação de frutas frescas e,  sobretudo, especiarias de todo tipo. Um verdadeiro desafio para os sentidos!

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Vilasar Sousão Limited Edition 2004 – Bodegas Carrau

Variedade quase inexistente no Uruguai como muitas das selecionadas neste artigo. De origem portuguesa como a Touriga (Nacional), mas precisamente das margens do Douro, onde se utiliza para cortes em pequenas proporções e, raramente, vinificada como varietal. Sua característica principal é o mais interessante desta variedade: gera vinhos de imponente presença a medida que passam os anos, desenvolvendo estrutura e aromas muito interessantes em exemplares com, no mínimo, cinco anos de guarda em garrafa.

O peso pesado desta seleção é este Vilasar Sousão 2004, do qual há pouquíssimas garrafas, já que provém de um só vinhedo antigo e de baixo rendimento situado em Las Violetas. Vinho intenso em todos os sentidos. Cor profunda com bordas alaranjadas, mas não se engane, quando levado à boca se verá surpreendido pela potência de taninos e estrutura apesar de seus 13 anos. Enquanto aos aromas, é impossível centrar-se em alguns e descrevê-los. Tem a capacidade de mudar na taça de momento a momento uma vez servido. Não será o mesmo vinho do começo da garrafa que ao final. Recomendação: ingeri-lo na sobremesa, lentamente, escoltando uma boa conversa.

Fonte: http://www.bodegasdeluruguay.com.uy/notas/leer/cinco_vinos_para_conocer_nuevas_variedades

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