Vinda do sul da Itália a Aglianico é mais uma das uvas autóctones italianas possuem uma profunda vocação para a boa mesa, sendo dotadas de muita fruta e uma acidez que fora deste contexto pode soar exacerbada.

O Taurasi foi degustado ao lado de um exemplar Bordeaux
O Taurasi foi degustado ao lado de um exemplar Bordeaux

ORIGEM E TERROIRS

A procedência da casta é grega, em italiano o próprio nome sugere sua natureza “helênica”. O substantivo é masculino porque na Itália, a casta ou uva é do gênero masculino, subentendo-se “il vitigno” (do mesmo modo que a palavra “ponte” é também masculino, por exemplo).

A plantação se estende sobretudo pela Campania (sub-regiões de Irpinia e Sannio) onde é majoritária na DOCG Taurasi ou na região vizinha, a modesta, alta e fria Basilicata, que possui também uma DOCG consagrada que é a Aglianico del Vulture (Monte Vulture, um vulcão extinto).

Sub-regiões diferentes, vinhos diferentes! Os Aglianico de Irpinia são vinhos muito agradáveis e justamente os de melhor potencial gastronômico e de baixo custo. Os Taurasi e Aglianico del Vulture são vinhos muito mais estruturados e robustos, além de caros.

Enquanto o Taurasi tem frutas, especiarias e as típicas notas de ervas da Itália meridional (alecrim, manjericão), o Aglianico costuma mostrar frutas escuras e densas, com camadas de aromas “esfumaçados”.

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Vesevo Taurasi Docg 2003 – isso mesmo de uma das piores safras da Europa na década passada vem um dos melhores tintos provados dessa época. Não e a toa que é apontado como o “Barolo do Sul”. Retinto na cor, agradável ao nariz e finíssimo no paladar com uma interminável persistência. Aglianico enseja tintos de monumental longevidade suporta tranquilamente cinco anos mais se bem conservado.

O QUE ESCONDE UMA GARRAFA DE AGLIANICO?

Rubi denso ou de média intensidade nos vinhos a serem consumidos jovens. Taurasis podem ter passagens de dois anos ou mais por madeira, fazendo com que eventualmente um jovem e robusto vinho tenha reflexos alaranjados precocemente

Aromas de frutas vermelhas e ameixas, além de notas de chocolate, violetas e animais, mesmo em vinhos mais simples, não são raras

Os Aglianico de Irpinia possuem corpo médio, ótima acidez, riqueza de frutas e taninos pouco salientes. Os mais potentes são austeros e demandam tempo de garrafa

Para harmonizações com a comida vá sempre de vinhos jovens e frescos para qualquer carne grelhada, pizzas ou massas com molhos à base de carne e tomate como os ragús.

Os tintos robustos como Taurasi e Aglianico del Vulture pedem carnes de caça, como javalis e também não seriam nada maus com as caças “brasileiras” como capivara e paca. Texto de André Logaldi.

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Degustação – 

Vesevo Taurasi DOCG 2003 – álcool: 14% – variedade: Aglianico – Campania tem solos pobres em matéria orgânica e rico em minerais e produz um dos melhores vinhos italianos desde os romanos: Taurasi. É a DOCG da região onde pontifica a uva Aglianico, que agradece o envelhecimento, seus vinhos são frescos e tânicos. Em média, precisam de dez anos para mostrar todas suas virtudes. Aromas de violetas e vão bem com salames e linguiças. Análise organoléptica: vermelho-rubi violáceo denso e profundo com halo granada em formação. No olfato apresenta aromas terrosos, balsâmicos e de frutas secas. Na boca confirma esses aromas com taninos secos, acidez salivante e álcool integrado. Fruta e madeira integrados. Longo, intenso e profundo, termina mineral e redondo prometendo evoluir na garrafa nos próximos anos. Um grande vinho, dotado de inequívoca capacidade de envelhecer e ganhar complexidade na garrafa. Avaliação: 93/100 pts. +

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