A importadora de vinhos Belle Cave realizou, em São Paulo, degustação “Master Class” com apresentação especial, rodada de bate papo e degustação exclusiva de sete produtores de vinho da França, Espanha, Portugal e Itália. O evento aconteceu no dia 29/11 e contou com a participação dos seguintes produtores:

  • Champagne Louise Brison (único produtor de Champagne que faz exclusivamente champagnes safrados);
  • Vignobles Mayard (Châteauneuf-du-Pape);
  • Domaine Boucabeille (Roussillon);
  • Giovanni Corino (Barolo);
  • Basilisco (Basilicata – Aglianico del Vulture);
  • Quinta de Lemos (Dão);
  • Sarah Selections (Navarra).
  • A seguir nossas impressões sobre alguns dos inúmeros vinhos que estavam à disposição para degustação no evento:

Champagne Louise Brison Brut – Millesime 2008 – Variedades: Chardonnay e Pinot noir em partes iguais – Degorgement: 03.12.2014 – Álcool: 12,5% – Preço: R$ 325 – informa o produtor que: “Nous cultivons un vignoble de 13 hectares selon une viticulture raisonée sans utilisation d’engrais chimique, de désherbants racinaires et d’insecticides. Nos champagnes sont issus d’une assemblage de Chardonnay et Pinot Noir et sont vinifiés en respectant  l’acidité naturelle des raisins. La fermentation et élevage se déroulent en partie en fût de chêne. Nous conseillons de déguster les Champagnes Louise Brison en apéritif, en accompagnement de poissons en sauce (saumon brai ou champagne), de viandes blanches et de desserts à base de fruits”. Análise organoléptica: resultado de viticultura orgânica com a utilização de Chardonnay e de Pinot Noir em proporções iguais,  é um champagne safrado de borbulhas numerosas e pequenas. Perlage fino e intenso. Nariz com sugestões de fermento, fruta branca, algum cítrico sobre uma nota tostada. No palato é leve, macio, de acidez delicada e refrescante. Discreta nota mineral. Termina, intenso, longo e persistente  deixa uma sensação gostosa na boca. Avaliação: 91/100 pts.+

 

Champagne Louise Brison Brut Rosé Orgânico – Variedade: Pinot Noir – Álcool: 12,5% Preço: R$ 336 – Salmão acobreado, brilhante, perlage de boa qualidade, bolhas numerosas e pequenas. Primeira impressão de notas frutadas, apresentando a seguir aromas de leveduras (brioches), ligeiro defumado. Na boca é seco, volumoso, de excelente acidez, fresco, álcool integrado, corpo médio para bom com formação de espuma na boca e alguma untuosidade. Aromas de boca complexos, evocando cereja e algo de especiarias, persistência média-longa num final que confirma as sensações gustativas iniciais. Avaliação: 91-92/100 pts.

Champagne Louise Brison Brut Orgânico – Blanc de Blancs  2008 – Degorgement: 26.01.2017 – Álcool: 12,5% – Degorgement: 26.01.2017 – Nous cultivons un vignoble de 13 hectares selon une viticulture raisonée sans utilisation d’engrais chimique, de désherbants racinaires et d’insecticides.  Ce 100% Chardonnay  est vinifiés en respectant l’acidité naturelle des raisins. La fermentation et élevage se déroulent en partie en fût de chêne. Nous conseillons de déguster les Champagnes Louise Brison en apéritif, en accompagnement d’un plateau de fruits de mer, de poissons en sauce (saumon brai ou champagne), et de viandes blanches”. Análise organoléptica:  coloração amarelo-palha de média intensidade sem denunciar o peso de oito anos, ótimo perlage, bolhas pequenas em profusão, persistentes. Perfil aromático complexo e intenso a frutas cítricas, além de aromas típicos de leveduras (brioches), notas de fino tostado e amanteigado além de um delicado traço mineral. Na boca, tem muito boa acidez, é bem macio e elegante, traduzido pela espuma abundante e cremosidade cítrica. Após a dissipação do gás, deixa sabores de fruta e tostado. Enfim, tem um bom visual, perfil aromático saboroso e persistente. Um excelente espumante, sinônimo de elegância e sofisticação. Avaliação: 92/100 pts.+

 

Latido Garnacha Blanca 2016 – Região: Navarra – Preço: R$ 75 – Palha claro translúcido. Aromas florais secundados por notas de frutas de caroço com boa sustentação. Boca macia, acidez delicada entrelaçando leveza e frescor. Termina frutado, sem amargor. Avaliação: 88-89/100 pts. 

Latido Garnacha – Região: Navarra – Preço: R$ 75 – vermelho-rubi intenso. Aromas complexos com notas de fruta em compota, leve balsâmico sobre um toque mentolado. Na boca a sua entrada revela um vinho de taninos macios com leve calor, corpo médio com boa fluência no paladar. O perfil é de um vinho direto, gastronômico, mediamente persistente. Enfim, um tinto fácil de beber dotado de relação preço-qualidade. Uma boa opção para quem quer conhecer a variedade. Avaliação: 88/100 pts. 

Latido Wild Garnacha – Região: Navarra – Preço: R$ 75 – vermelho-rubi intenso de média profundidade sem halo de evolução. Os aromas são os típicos com frutado intenso, refrescante, notas florais acompanhadas por amoras e cerejas sobre discreto mentolado. Na boca taninos firmes, bom toque de acidez (típica da variedade), álcool generoso sem incomodar num paladar equilibrado, que exprime o caráter varietal da Garnacha. Este vinho é um acompanhamento perfeito para todos os tipos de arroz e massas, bem como peixes grelhados e carnes ou mesmo um “cocido” (madrileño, montañés, etc). Final de média persistência. Avaliação: 89/100 pts. 

 

Quinta de Lemos Dão Alfrocheiro 2010 – Álcool: 14,5% – Preço: R$ 235 – escurão na cor, complexo nos aromas (frutas vermelhas e negras e reminiscências de licor de cassis entre outros aromas), forte no paladar com taninos volumosos, texturados a formar um perfil imponente, suculento e elegante. Largo no meio de boca, termina persistente e macio. Uma importante expressão dessa excelente casta portuguesa. Avaliação: 90/100 pts.

 

Quinta de Lemos Dão Touriga Nacional 2009 – Álcool: 14,5% – vermelho-rubi intenso com púrpura brilhante sem denunciar o peso de quase dez anos. Perfil aromático complexo, com notas florais típicas da variedade (violetas) sobre amoras e mentol. Na boca é volumoso, denso, profundo, encorpado, com boa fruta, sólida estrutura de taninos, álcool generoso e muita potência, sem desequilibrar o conjunto. Longo, seu final é agradavelmente persistente e sedutor. Este vinho comprova a tese de que a Touriga Nacional dá bons vinhos em todas regiões produtoras de Portugal, principalmente na sua região de origem, o Dão. Longa vida na garrafa pela frente. Avaliação: 91/100 pts.++

Quinta de Lemos Dona Georgina DOC Dão 2009 – Álcool: 14,5% – Variedades: Touriga Nacional (80%) e Tinta Roriz (20%) – vermelho-rubi intenso, profundo, sem halo de evolução. Nos aromas destaca-se uma reminiscência de licor de cacau, ameixas maduras, frutas em compota sobre um fundo defumado. Na boca é um vinho de refinada elegância de plena harmonia do tripé taninos, acidez e álcool perfeitamente entrelaçados. Forte acento mineral. Final longo e concentrado. Um tinto que representa o que há de melhor no Dão! Avaliação: 93/100 pts.++ 

Chateauneuf-du-pape Clos du Calvaire 2012 – Álcool: 14,5% – Variedades: Grenache (70%), Syrah (15%), Cinsault (10%) e Mourvèdre (5%) – produzido por Vignobles Mayard – vermelho-rubi com reflexo violáceo brilhante. Aromas complexos com a fruta despontando logo no início – amoras  e ameixas emolduradas por discretas notas terrosas e tostadas. Na boca taninos finos, flexíveis, o sabor não é demasiado concentrado, com sutis notas de café torrado e baunilha que em nenhum momento se sobrepõe à fruta, a fim de caracterizar um vinho muito típico da denominação. Sabores picantes que se misturam com reminiscências de frutas negras, coadjuvadas pelo álcool generoso e pela acidez gastronômica promotora do frescor completam o conjunto deste ótimo tinto. Este autêntico Chateauneuf é poderoso e tem um final longo. Pode ser bebido agora ou daqui três/cinco anos, eis que durará por muitos anos se corretamente conservado. Avaliação: 90/100 pts.+

 

Chateaneuf-du-pape blanc La Crau de Ma Mère 2016 – amarelo com reflexo dourado brilhante. Aromas complexos e intensos com notas de frutas tropicais maduras (abacaxi, damasco, carambola), favo de mel sobre toques florais. Pleno de boca confirmando toda a complexidade olfativa com sabores cítricos, minerais e se destacando sobretudo por seu elevado frescor. Termina intenso, profundo e muito persistente. Um Châteauneuf-du-Pape branco sofisticado, cheio de finesse, de longa sobrevida na garrafa, oriundo do plateau de La Crau, reconhecidamente um dos melhores terroirs dessa apelação. Nunca é demais repetir que o nome Châteauneuf-du-Pape remonta ao século XIX e faz alusão ao período em que os papas habitavam Avignon e à influência exercida por eles na região. Avaliação: 92/100 pts.+

Os profissionais responsáveis pelo sucesso do evento: Gianni Tartari e Gabrielle Frison

 

– Consultor da Belle Cave Importadora –

 

 

Chianti Classico Panzano DOCG Gran Selezione 2012 – Álcool: 14% – Região: Panzano/Greve in Chianti/Toscana – Preço: R$ 275 – vermelho-rubi de média profundidade com halo de evolução. Exibiu no olfato os típicos aromas terrosos envoltos em notas florais sobre um fundo que recorda ameixa sobre tabaco. Na boca, sua entrada revelou um Chianti de personalidade, tânico (ótima qualidade), de excelente acidez confirmando a vocação gastronômica desse tipo de vinho. Encorpado e com boa fruta, exibiu excelente frescor e demonstra o interesse do produtor em elaborar um vinho de elevada qualidade numa denominação que vem tentando há muito tempo recuperar seu prestígio. Essa nova classificação “Gran Selezione” é prova disso. Apesar de não custar barato, provavelmente é o vinho dessa nova classificação italiana de melhor preço do mercado. Avaliação: 91/100 pts.++

 

 

Parusso Barolo “White Label” DOCG 2013 – Álcool: 14% – Preço: R$ 499 – Região: Monforte D’Alba/Cuneo – exibiu cor granada brilhante. Aberto e complexo nos aromas com prevalência de notas etéreas e florais (violetas) sobre frutas em compota. Na boca seus taninos finos se destacaram assim como seu frescor, que lhe dá equilíbrio e prazer. A conclusão é de que se trata de um Barolo de perfil moderno, pronto para o copo, com uma ponta de álcool e com a madeira aparecendo um pouco. Mas nem isso macula sua imagem, eis que se trata de um vinho de guarda que poderá envelhecer na garrafa por muito tempo. Conjuga potência e elegância de forma ímpar. Avaliação: 92/100 pts.

Barolo Parusso Bussia DOCG 2013 – Álcool: 14% – Região: Monforte D’Alba/Cuneo – Armando di Parusso & Figli S.s. – Preço: R$ 995,00 – exibiu cor vermelho-rubi com leve reflexo granada. Aberto nos aromas com algum floral  (violetas), toque lácteo, cogumelo sobre um fundo madeirado. Na boca,  taninos finíssimos se destacaram assim como seu caráter fresco, equilibrado e fino. A conclusão é de que se trata de um Barolo equilibrado, acídulo, profundo, estruturado, que estará pronto para beber daqui alguns anos. Estilo de viés modernista, com a madeira aparecendo sem desequilibrar o conjunto todavia. Recebe notas elevadas da crítica internacional. Avaliação: 93/100 pts.++

 

Quattro Soli Sforzato di Valtelinna DOCG 2011 – Álcool: 14,5% – Variedade: 100% Chiavennasca (Nebbiolo) – Vermelho-rubi intenso com reflexo granada límpido e brilhante. Aromas intensos, complexos e diversificados com sugestões de cereja, especiarias, cogumelos sobre um fundo balsâmico. Taninos presentes de textura finíssima, acidez na medida certa, confirmação da fruta sinalizada no olfato, estrutura sólida calcada no álcool integrado, na acidez e sobretudo na fruta que não abandonou o conjunto. Profundo e de persistência muito longa, de um grande vinho, nascido para durar décadas. Para este redator o “vinho revelação” da degustação. Avaliação: 95/100 pts.++

 

Domaine Jean Paul Picard Sancerre 2015 – Álcool: 12,5% – Variedade: Sauvignon Blanc –Palha esverdeado límpido, brilhante. Aberto e intenso nos aromas com as notas herbáceas que caracterizam a variedade. Depois de algum tempo uma convidativa reminiscência de flor de maracujá passou a dominar o conjunto. Paladar macio, acidez intensa sem incomodar, boa expansão e persistência, sem amargor. Um Sancerre equilibrado, fresco, com fruta e de nítido acento mineral. Avaliação: 90/100 pts.

 

 

Jurançon (era importado pela saudosa Cave Jado) e Sauternes importados por Belle Cave –

Basilisco 2010 – Aglianico Del Vulture – Álcool: 13% – Preço: R$ 299 – A Campania tem solos pobres em matéria orgânica e rico em minerais e produz um dos melhores vinhos italianos desde os romanos: Taurasi. É a DOCG da região onde pontifica a uva Aglianico, que agradece o envelhecimento, ensejando vinhos são frescos e tânicos. Em média, precisam de dez anos para mostrar todas suas virtudes. Normalmente os aromas são de violetas e vão bem com salames e linguiças. Análise organoléptica: vermelho-rubi violáceo denso e profundo com discreto halo granada em formação. No olfato apresenta aromas balsâmicos e de frutas secas. Na boca confirma esses aromas com taninos macios, acidez salivante e álcool integrado. Fruta e madeira integrados. Longo, intenso e profundo, termina mineral e redondo prometendo evolução na garrafa nos próximos anos. Um grande vinho, dotado de inequívoca capacidade de envelhecer e ganhar complexidade na garrafa. Avaliação: 90/100 pts. +

 

CONCLUSÃO –

Em 2 de outubro de 2015 escrevemos: “Com uma proposta diferenciada baseada em “preços justos, serviço impecável e com uma equipe que se dedica a garimpar grandes vinhos de pequenos produtores elaborados pelas mãos de artesãos, que perpetuam a tradição familiar, e também grandes clássicos franceses a preços ultra-competitivos” e com foco nos vinhos orgânicos, nasce a importadora de vinhos franceses “Belle Cave”.  Na realidade, é a Cave Jado que volta ao mercado “sob nova direção” e em grande estilo com vinhos franceses para todos os bolsos. Os vinhos foram apresentados pelo crítico Marcelo Copello no espaço Laurent Suaudeau em São Paulo no dia 1° de setembro”. De lá pra cá houve o decurso de mais de dois anos e a Belle Cave repetiu a apresentação,  só que desta vez escolheu um grande hotel paulistano, dois experientes sommelieres e a consultoria de um famoso enófilo para apresentar as novidades de seu portfólio. E, fê-lo com sucesso. Este redator provou, o vinho que desejou, sem nenhuma dificuldade. Os vinhos eram servidos por produtores que não se furtavam a dar explicações sobre os produtos. E as novidades eram muitas. O portfólio ampliou e grande parte dos vinhos são orgânicos do velho continente. Mas para uma importadora de apenas dois anos há praticamente de tudo, não obstante o forte acento francês. As principais regiões produtoras estão bem representadas no crescente catálogo da Belle Cave. O Douro e o Dão representam bem Portugal. Apenas Navarra representa a Espanha. Rioja e Ribera del Duero ainda não têm representantes no portfólio, mas acreditamos que a inclusão de vinhos dessas regiões é apenas uma questão de tempo. Por fim, a degustação foi absoluto sucesso não só por sua organização, mas também pela possibilidade do público participar e adquirir vinhos com desconto. A Belle Cave é uma importadora que mostrou força e, sobretudo, que tem um portfólio de qualidade, com vinhos de produtores de todos os tamanhos que não decepcionam os mais exigentes dos degustadores.

 

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