Languedoc-Roussillon: a região e seu Terroir

Languedoc-Roussillon é uma vasta e ensolarada área meridional da França, um enorme anfiteatro voltado para o mar e cercado de montanhas por todos os lados (Montagne Noire, Maciço de Corbières, Pirineus).

Dispõe de uma diversidade de solos e micro-climas (em função do relevo) e notadamente sua “marca registrada” (dos melhores locais de plantio) seriam os xistos (tal como no Douro). A paisagem se completa com a influência do Mediterrâneo, sua vegetação típica com toda a sua expressão aromática, que recai sobre os vinhos! Detalharei enfaticamente o Languedoc!

Castas

Uma grande região, com estilos variáveis. Como resumi-los? Basicamente estes tintos se dividem em cortes clássicos desta porção francesa, como o “GSM” (Grenache, Syrah e Mourvèdre) aliados à Carignan, todas estas são as vedetes da região. Já provei um Pinot Noir surpreendente também!

Meus maiores destaques, que recomendo, são os vinhos de sub-regiões que valem a pena buscar com atenção nos rótulos: La Clape, Pic-St-Loup, que fazerm parte da AOP Coteaux du Languedoc e pleiteiam apelação própria (com ligeira dominância da Syrah), Minervois (Grenache, Syrah e Carignan), Fitou e Faugères (ligeira dominância de Carignan). A modernidade na vinificação é uma realidade incontestável. O Roussillon é famoso por seus “Vin Doux Naturel” (já abordados por mim neste blog também).

O que esperar de uma garrafa de Languedoc?

Vinhos ricos em cor, porém não como resultado de extração excessiva.

Aromas expressivos de frutas maduras (vermelhas e negras), notas de ameixas, eventualmente figos (pela grande insolação) e traços vegetais típicos (ervas frescas), alguns podem ostentar mineralidade.

Paladar intenso e concentrado, ricamente frutado, algumas vezes tânicos e têm acidez suficiente sobretudo para serem sempre lembrados às refeições.

Vinhos excelentes para a mesa, não devemos nos esquecer disto! São de boa relação custo-prazer e podem ser excelentes companheiros para pratos de médio a bom corpo, mais elaborados, com molhos robustos, além de caças, assados e uma boa pizza de lingüiça de javali ao alecrim (velha conhecida em São Paulo). E enfim, obviamente com pratos típicos como o Cassoulet!

Texto de André Logaldi

 

Sobre o Domaine Paul Mas –

A família Mas tem uma longa história de vinhedos no Departamento de Hérault, mas foi Jean-Claude Mas quem levou o negócio ao que é hoje. Com um olhar de Novo Mundo sobre toda a região, a vinícola possui 170 ha, com propriedades em Pézanas, Montagnac e Limoux, além de parcerias em 700 hectares. Sua linha de rótulos varietais Vin de Pays d’Oc de qualidade inclui La Forge Estate e Arrogant Frog. A seguir a descrição e avaliação de cada vinho degustado, salientando que não são orgânicos, todavia, possuem certificado “Terra Vitis” que significa que o Domaine Paul Mas trabalha de acordo com os ditâmes da “agricultura sustentável”

O Terrazes du Larzac foi degustado pela primeira vez em 07.04.2015 e agora, exatos três anos e nesse período só ganhou complexidade na garrafa! blogdojeriel.jpeg.

Degustação –

Mas de Mas Terrasses du Larzac 2010 – Região: Languedoc/Coteaux du Languedoc/Terrazes du Larzac – Álcool: 14,5% – Variedades: Syrah (40%), Mourvèdre (35%), Carignan (20%) e Grenache (5%) – tinto amadurecido por oito meses em barricas francesas de 225 e 500 litros, novas e de segunda e terceira passagens. Este poderoso tinto representa fidedignamente o estilo Paul Mas: a fusão do Velho Mundo com a atitude desafiadora do Novo Mundo. Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso, profundo, com halo granada. Aromas complexos com as frutas negras em primeiro lugar. Em seguida ligeiro terroso sobre um furtivo toque mineral. Na boca sua entrada revelou um vinho pleno, com muita camadas, taninos firmes, intensos e texturados. O seu frescor aliado a sua intrínseca finesse completam seu perfil hercúleo, concentrado, estruturado, expansivo, cheio de nuances. Um vinho de guarda, eis que a colheita 2010 produziu uvas de excelente qualidade. Por fim, concordamos com a afirmação de que este “Terrazes du Larzac” resulta da fusão do melhor dos dois mundos e também destacamos que, degustado pela segunda vez (a primeira foi em 07.04.2015) apresente excelente evolução na garrafa e vai continuar a evoluir. Avaliação: 91/100 pts.+

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