No último dia 12 de abril de 2018, no Hotel Intercontinental, realizou-se a Prova Anual dos Vinhos do Douro e do Porto em São Paulo, que contou com a presença de importantes vinícolas da região demarcada do Douro. No evento destinado a profissionais e aberto ao público previamente inscrito, rótulos de diversas procedências puderam ser degustados ao lado de novos lançamentos. Houve a realização da prova comentada “A Diversidade de Estilos e Categorias do Vinho do Porto” e, na degustação aberta ao público, os vinhos da produtora “Quinta Dona Leonor”, de importação da Baid’nher Comércio, Representação, Importação, Exportação Ltda. – Avenida Santo Amaro 811, conjunto 16 – telefones: 11 11.3846-8439 e 3845-3029 – São Paulo/SP, puderam ser provados e aprovados eis que detentores de relação preço-qualidade bastante favorável aos consumidores.

O importador Moyses, sempre gentil com os circunstantes. Blogdojeriel.jpeg

A Sociedade Agrícola Quinta Dona Leonor situa-se no vale de Remostias, entre Peso da Régua e Santa Marta de Penaguião (Remostias), em pleno coração do Douro. A produção, com fortes ligações às tradicionais casas exportadoras de Vinho do Porto, remonta há mais de cem anos.

Em 2002 iniciou-se a produção do VQPRD (Vinho de Qualidade Produzido em Região Demarcada) e, em 2003 surgiu o “Quinta Dona Leonor” tinto, considerado pela “Revista de Vinhos” um vinho excelente.

Nesse mesmo ano, engarrafa-se na propriedade o primeiro Espumante “Dona Leonor Reserva Bruto 2002”, novidade com a Denominação Douro, apresentado ao público em 2006. No ano de 2005 lançou-se o Reserva Tinto 2001 e, no ano de 2009 o Colheita Tinto 2005.

 

Quinta Dona Leonor Colheita DOC Douro 2009 – Álcool: 13% – Variedades: Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Touriga Nacional – Preço: R$ 45 – vermelho-rubi de média concentração com halo granada em formação. Nariz agradável com notas florais (violetas), frutas em compota sobre um fundo a lembrar vermute. Já na boca é um tinto razoavelmente estruturado, delicado e, sobretudo, equilibrado. Os taninos sinalizam um vinho para ser tomado já porque não dá sinais de que irá evoluir mais. Álcool generoso e acidez importante. O fim de boca é seco, tem médio cumprimento assim como sua persistência. Detentor de relação preço-qualidade. Avaliação: 88/100 pts.

Quinta Dona Leonor DOC Douro Reserva 2007 – Álcool: 13,5% – Variedades: Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Touriga Nacional – Vale de Remostias/Peso da Régua/Douro – Preço: R$ 65 – tinto amadurecido em barricas de carvalho francês e americano. Análise organoléptica: vermelho-rubi com halo granada brilhante. Aberto nos aromas com notas florais que logo cedem espaço para especiarias (pimenta principalmente) sobre uma nota tostada. Na boca verificamos um tinto que já está pronto: taninos macios, álcool integrado, acidez plena. Vinho seco, encorpado, fácil de beber, que provoca bastante salivação a pedir comida e que termina com alguma rugosidade. Tem capacidade de guarda e preço compatível com a qualidade apresentada. Avaliação: 89/100 pts.

Quinta Dona Leonor DOC Douro Grande Reserva 2005 – Álcool: 14% – Variedades: Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Touriga Nacional Vale de Remostias/Peso da Régua/Douro – Preço: R$ 75 – violáceo com alguma turbidez, aromas nitidamente terciários (couro, tabaco, sous-bois) a indicar um vinho evoluído. No paladar é um tinto de grande expansão, muito macio, cujo perfil valoriza a elegância esperada de um Grande Reserva do Douro. O retrogosto é longo neste tinto que entrega muito por pouco dinheiro, fato raro nos dias que correm…. Avaliação: 90/100 pts.

 

CONCLUSÃO

Desta prova resulta uma lição de que vinho para ser bom não precisa custar caro. Tal fato demonstra consistência do produtor e respeito pelo consumidor. Os diferentes anos de colheita com diferentes tempos de passagem por madeira, evidenciam o estilo de vinho escolhido pelo produtor. Douro bem feito é sinônimo de uma tipicidade única que busca a valorização das castas portuguesas. São vinhos elegantes, que tem nervo (acidez + taninos = personalidade) e capacidade de guarda. O importador também fez e faz a sua parte com a competência de não precificar exageradamente os vinhos como acontece alhures…. Aguardaremos com atenção o lançamento das safras mais recentes destes interessantes tintos durienses!

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