Confraria Vinho & Boa Cia. reuniu-se na noite de 28.08.2018 para degustar às cegas tintos do Novo Mundo das variedades Carménère x MerlotAlém deste redator, estiveram presentes os seguintes confrades: Ricardo, Mônica, Paulo Guerra, Bibe, Paulo Morais, Márcia, Flávio e Cecília. Ausente justificadamente: Nubia. A coordenação do mês coube a Márcia que elegeu o tema e o restaurante, o Rubayat da Faria Lima, cujo serviço do vinho ficou a cargo do Sommelier José Silvio. A seguir a lista dos vinhos na ordem decrescente de preferências do grupo:

Aqui os vinhos na ordem de preferências da esquerda para direita – Confraria Vinho & Boa Cia. – Blogdojeriel.jpg

Vinho desclassificado: 1810 Cabernet Sauvignon-Carmenere 2014 – fora do tema. Aberto por engano pelo Sommelier, uma vez que este redator chegou atrasado –

4° lugar – Cuvée Alexandre Merlot 2013 – Álcool: 14,5% – Variedades: Merlot (85%) e Carmenère (15%) – Região: Vinhedo Apalta situado na zona do Vale de Colchágua, sub-região do Vale de Rapel, Vale Central chileno – Importador: Mistral – Preço: US$ 55,90 (US$ 21,99 nos EUA essa mesma safra) – Paulo Morais – Na vinificação as uvas são selecionadas manualmente em mesa de triagem, tão logo cheguem na adega. Elas são fermentadas em cubas de aço inoxidável, à 28-30º C, por 15 dias, seguido de 2 semanas de maceração com as cascas. Amadurecimento: 11 meses, em barricas de carvalho francês, 40% novas. O enólogo-consultor é Michel Rolland de Pomerol, também conhecido por “Monsieur Merlot” – Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso, profundo, quase retinto. Nos aromas especiarias, muito chocolate sobre uma pontinha de ameixa. Na boca, mais uma vez um conjunto estruturado. O álcool na casa dos 14,5% não desequilibra o conjunto, de taninos presentes a lhe garantir alguns anos pela frente. Um dos diferenciais do Cuvée Alexandre é sua acidez, mas neste exemplar não se sobressaiu assim como o uso judicioso das barricas já observado em outras safras. Ao contrário, aqui a madeira é facilmente notada. O final é persistente, mentolado e convidativo. Não tem a mesma elegância dos vinhos anteriores, mas tem a tipicidade esperada para um Merlot da sua categoria. Avaliação: 88-89/100 pts.++

3° lugar – Pahlmeyer Merlot Napa Valley 1999 – Álcool: 14,6% – Variedades:  Merlot (97%) e o restante de Cabernet Sauvignon – sem importador – Preço médio nos EUA: US$ 90 – Flávio – um gigantesco Merlot californiano que há muito tempo recebe notas altíssimas da crítica. Definitivamente, um produtor que trata a variedade do jeito que ela merece: colocando-a no olimpo! Com dezenove anos, a não ser pela cor esmaecida, não deu sinais de cansaço, ao contrário, tem condições de ser bebido nos próximos anos. A verdade é que Pahlmeyer elabora de forma impressionante e em escala, tintos frutados de estilo Bordeaux, no Napa Valley e Pinots e Chardonnays da Costa de Sonoma. Jayson Pahlmeyer (o queridinho dos críticos) começou no início de 1.980 com uma malandragem agrícola. Ele e seu parceiro, assim diz a lenda, contrabandearam mudas originais de Bordeaux, via Canadá, em malas para evitar o confiscamento pelas autoridades. Desde 2012, Pahlmeyer se baseou em dois novos enólogos e depois de uma sucessão de estrelas – de Randy Dunn, Bob Levy, Helen Turley e Erin Grey – para colocar seus vinhos no mapa. Com preços à partir de cerca de US$ 75 na vinícola e subindo para três dígitos nos tintos de assinatura Pahlmeyer, os fãs aguardam novos vinhos ávidos de atenção. Fonte: Food & Wine Wine Guide America’s 500 Best Wine Producers 2015. Para Robert Parker, que lhe deu 92/100 pts., este é um dos três primeiros ou quatro Merlots da Califórnia. Análise organoléptica: vermelho-rubi límpido, brilhante com nítido halo granada. Um amplo nariz com notas mentoladas, chocolate, humus, café torrado sobre um fundo terroso. No paladar é um verdadeiro Merlozão: potente, encorpado, opulento, com diversas camadas de sabores. Álcool + É um tinto singularmente longevo, que aos dezenove não deu sinais de cansaço com plenas condições de chegar tranquilamente aos vinte anos. Avaliação: 90/100 pts.+

Aqui os vinhos na ordem de preferências da esquerda para direita

2° lugar – Kai Carménère 2007 – álcool: 14,5% – Importador: Vinci – No atual: Vinci – R$ 1.699 (safra 2014) – Paulo Guerra – elaborado com uvas plantadas nos solos arenosos de Peumo, terroir no qual a variedade amadurece plenamente em seu largo ciclo. Tem um pouco de Petit Verdot para aportar-lhe frescor. A cor não é de um vinho de onze anos. No nariz toques florais, chocolate sobre discreto mentolado. Boca de taninos volumosos mas equilibrados, acidez bem acima da média para um Carménère, alguma reminiscência de fruta sem estar ocultada pela madeira (20 meses em barricas novas francesas), enfim, um vinho que pode ser mencionado como claro exemplo da evolução da Carménère no Chile, capaz de produzir vinhos sofisticados, elegantes, frescos com altas pontuações da abalizada crítica internacional. A única coisa que não dá para compreender é seu preço absurdamente caro em qualquer lugar do mundo! Avaliação: 91/100 pts.+

1° lugar – Purple Angel by Montes Carménère 2011 – Álcool: 14,5% – Variedades: Carménère (92%) e Petit Verdot (8%) – Região: Colchágua – Importador: Mistral – Preço: US$ 135,90 – Nos EUA: US$ 79,99 – Ricardo Mello – Vermelho-rubi violáceo profundo com reflexo púrpura. Aromático com especiarias, baunilha e mentol sem as cansativas notas herbáceas da variedade. Boca a subscrever o nariz, corpo cheio, pleno, taninos sedosos, perfeitamente polidos com diversas camadas de sabores. Uma ponta de álcool que não tem o condão de desequilibrar o conjunto. Um vinho de sólida estrutura, produzido com uvas de uma excelente safra e apto ao envelhecimento na garrafa. No paladar um toque de ameixas em calda que não é ofuscado pela madeira. Outro Carménère de preço exagerado, o que prejudica sobremaneira sua relação preço-qualidade. Fim de boca prolongado neste que é um dos expoentes da variedade no Chile. Avaliação: 92/100 pts.++

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One thought on “Degustação Merlot x Carménère Confraria Vinho & Boa Cia.”

  1. Realmente, não dá para entender este preço do Kai, Jeriel! É um completo absurdo! Já não gosto muito de Carmenere. Neste preço, gostarei ainda menos.
    Abs,
    Flavio

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