Aconteceu no dia 4 de outubro, a segunda edição no Brasil da MOVI NIGHTUma grande festa dos vinhateiros independentes chilenoscelebrada  uma vez por ano no Chile e realizada em outros países, quando eles apresentam seus vinhos e compartilham seus projetos em clima de festa. O MOVI – Movimiento de Viñateros Independientes em português MOVIMENTO DOS VINHATEIROS INDEPENTES CHILENOS é presidido pela brasileira Angela Mocchi. MOVI NIGHT São Paulo contou com um vinho de cada uma das 37 vinícolas associadas, algumas ainda sem importador no Brasil. Das 37, 18 dos proprietários estiveram presentes no evento.
Museu do Vinho (estou logo à esquerda da porta) – Crédito da imagem: Estadão
 
O Movi mostra o Chile através de três flights, que serão reproduzidos na MOVI Night São Paulo: 
 
O Novo Chile
Clássicos Reinterpretados
O Antigo Agora é o Novo
 
Museu do Vinho – blogdojeriel.jpg
Sobre o MOVI
O MOVI Movimiento de Viñateros Independientes – foi criado em 2009 por um grupo de 12 produtores, com a intenção de mostrar vinhos artesanais, que fugissem da produção em larga escala. Hoje conta com 37 membros, que têm em comum, além da paixão pelo vinho, a filosofia de produzir vinhos de alta qualidade em escala humana, revelando o diversificado terroir chileno de acordo a seu entendimento pessoal. O grupo é bastante heterogêneo e muitos deles figuram com notas bastante elevadas nas mídias especializadas, como Robert Parker, James Suckling, Decanter e Wine Spectator. A MOVI NIGHT não é uma degustação, mas uma celebração descontraída que tem o vinho como tema principal.
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Do lado direito: engenheiro agrônomo e bodeguero Jaime Roselló Larrain – Acróbata – Blogdojeriel.jpg

Acróbata n° 4 – Entre Cordilleras – Álcool: 13,5% – Regiões: Vale de Rapel: Colchágua (Apalta) e Cachapoal (Peumo) – Variedades: Cabernet Sauvignon (60%), Carménère (30%) e Syrah (10%) –  vermelho-rubi intenso com reflexo púrpura. Aromas de frutas vermelhas frescas, especiarias sobre um fundo tostado. Paladar intenso, equilibrado com a maciez dos taninos conferindo finesse e elegância ao vinho. Enfim, um conjunto bem resolvido, complexo, de perfil gastronômico, suculento, ostentando boa fruta e taninos aveludados. Termina com longa persistência. Avaliação: 92/100 pts.+

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Rukumilla Golden  Breast 2012 – Variedades: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec e SyrahRegião: Vale do Maipo – Apenas 1600 garrafas produzidas – Os donos se orgulham de perpertuar a tradição ancestral de fazer vinho com as próprias  mãos, respeitando a matéria-prima e tratando com carinho cada etapa do trabalho. Angélica e Andrés se mudaram para a Isla de Maipo em 1993 e perceberam que precisavam ter uma conexão verdadeira com o lugar. Daí surgiu a idéia de fazerem o vinho caseiro. Eles não são enólogos, mas a paixão e dedicação dos dois (além da ajuda de vários amigos do MOVI – Movimento dos Vinhateiros Independentes) contribuíram para que o assemblage da vinícola fosse reconhecido dentro e fora do Chile. Syrah, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Malbec orgânicos compõem essa maravilha que passa 24 meses em carvalho francês de primeiro uso e dois longos anos em garrafa. Essa é a receita de um vinho que é elaborado à escala humana: “Fazemos sem pressa”, comenta Angélica. Fonte: Guia de Vinícolas Chile – Flávio Faria. Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso. Aromas complexos com frutas negras e especiarias sobre um fundo tostado. Boca macia, integrada, com “pegada” e boa fruta e persistência final. Avaliação: 90/100 pts.

Pillo de Panama 2016 – Vale de Colchagua – Blogdojeriel.jpg

Pillo de Panama 2016 – Álcool: 13,5% – Variedades: Cabernet Sauvignon (60%) e Syrah (40%) – Vale de Colchágua – Preço estimado para o Brasil: R$ 80 – vermelho-rubi intenso. Aromas finos com herbáceo fresco da CS e as especiarias da Syrah. São duas castas que estão muito bem adaptadas ao terroir local e que auxuliaram na construção da boa fama deste importante vale chileno. Por isso que este vinho se insere na categoria “Los Clásicos Reinterpretados” –  Permaneceu onze meses em cubas de aço inoxidável para depois se trasfegado para cubas de cimento quando então foi engarrafado. No paladar exibiu maciez e intensidade dignas de nota. Corpo pleno, boa acidez, notas de chocolate e média/longa persistência final. Avaliação: 90/100 pts.

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Bezana MCT – Lagar Codegua Terroir 2016 – Variedades: Malbec (40%), Carménère (30%) e Tannat (30%) – região: Alto Cachapoal – apenas 1800 garrafas produzidas deste sofisticado blend de cor intensa, aromas de frutas vermelhas e negras, taninos macios, corpo médio e persistência razoável. Avaliação: 89/100 pts.

Laura Hartwig 2015 – Blogdojeriel.jpg

Laura Hartwig Edición de Familia 2015 – Variedades: Cabernet Sauvignon (50%), Malbec (28%), Petit Verdot (12%) e Malbec (10%) – Don Alejandro Hartwig decide homenagear a esposa amada colocando uma imagem em todos rótulos da vinícola. A partir desse gesto, uma enorme responsabilidade recai sobre a equipe técnica, que precisa garantir  incondicionalmente a máxima qualidade. As relações familiares se estendem pelas vinícolas Montgras e Bisquertt, também localizadas no Vale de Colchágua. Como se trata de uma vinícola pequena e familiar, a estrutura é simples, sem grandes elucubrações arquitetônicas modernosas. A visita, no entanto, pode ser muito proveitosa, e geralmente é feita em pequenos grupos. Fonte: Guia de Vinícolas Chile – Flávio Faria – edição julho/2012. Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso, profundo, concentrado. Aromas complexos com frutas vermelhas e negras, especiarias, tabaco e mentol. No paladar sente-se a madeira (20 meses em barricas francesas) que está por se integrar, mas no momento não se sobrepõe à fruta. O resultado é um vinho elegante, sofisticado, de muito corpo e longa persistência. Avaliação: 92/100 pts.++

Vinhos Von Siebenthal – Clubdojeriel.jpg

Von Siebenthal Carménère 2015 – Álcool: 14% – Aromático, fresco, equilibrado, potente, sem notas herbáceas (90/100) e Von Siebenthal Parcela 7 safra 2014 Variedades: Cabernet Sauvignon (40%), Cabernet franc (30%), Petit Verdot (15%) e Malbec (15%) – intenso na cor, aromas complexos com ameixa, incenso, tostado, tabaco e mentol. Boca volumosa, concentrada e, sobretudo, macia. Persistência média longa (91/100). 

Vinhos do Movi com importador no Brasil: SemiD’oro
Vultur Gryphus Colchagua 2015 -Blend de Carmenere, Petit Sirah e Petit Verdot – Blogdojeriel.jpg

Vultur Gryphus Colchágua 2015 – Variedades: Carménère, Petit Sirah e Petit Verdot – de cor intensa, exuberantemente frutado nos aromas, na boca sua entrada revelou um tinto de médio corpo ao revés do que se pode imaginar, eis que as castas deste tinto propiciam tintos encorpados, mas não é o que sentimos aqui. Um tinto elegante, com tudo no lugar certo, de sabor agradável, com o frescor se destacando. Termina harmonioso. Avaliação: 90/100 pts. 

Alchemy Grand Cuvée Cachapoal 2015 – blend de Cabernet Sauvignon (50%), Carmenere (30%), Syrah (15%) e Malbec (5%) – blogdojeriel.jpg

Alchemy Grand Cuvée Cachapoal 2015 – Álcool: 14,5% – Variedades: Cabernet Sauvignon (50%), Carménère (30%), Syrah (15%) e Malbec (5%) – vermelho-rubi intenso, profundo, intenso. Aromas complexos com as frutas negras saltando na frente sobre um fundo balsâmico e mentolado. No paladar, taninos presentes de ótima qualidade. Álcool generoso e acidez razoável. Enfim, um tinto de perfil imponente, bem feito e que pede tempo na garrafa para se mostrar. Avaliação: 89-90/100 pts.+

La Despensa – um corte à moda do Rhône com Grenache e Syrah – blogdojeriel.jpg

La Despensa Boutique 2015 – Álcool: 13% – Variedades: Syrah e Grenache – um tinto complexo, concentrado, que revela que a união dessas duas uvas no Rhône tem sua razão de ser. Floral nos aromas, corpo médio, taninos presentes de boa qualidade num tinto macio que termina com persistência média/longa. Avaliação: 89/100 pts.

Flaherty 2015 – Blogdojeriel.jpg

Flaherty Wines Aconcágua 2015 – Variedades: Syrah, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot, Petite Sirah e Tempranillo – álcool: 15% – região: Aconcágua – Um chileno de grande categoria classificado como “los clásicos reinterpretados” elaborado por um enólogo não menos importante, Ed Flaherty. Passamos a descrevê-lo: vermelho rubi intenso, profundo, quase negro. Paleta de aromas diversificados com as notas balsâmicas da CS no Chile despontando, logo cedendo para sugestões de ameixas, concentrado, elegante, intenso, exibindo notas de chocolate e algum mentolado. Na boca a sua entrada revelou taninos macios conferindo elegância ao conjunto, no qual as notas frutadas dão o tom e se sobrepõem à madeira (16 meses de amadurecimento em barricas de carvalho francês e americano). Álcool integrado apesar dos 15%. Acidez na medida certa. Largo e fluído no meio de boca, seu longo final subscreve as sensações iniciais. Avaliação: 92/100 pts.+

Viña Peumayen 2015 – Blogdojeriel.jpg

Viña Peumayen 2015 – Variedade: Carménère – Francisco Carevio salientou que este delicioso Carménère da categoria “Los Clasicos Reinterpretados” foi amadurecido em barricas de carvalho francês usadas. Na taça um vinho de cor intensa, aromas abertos com fruta, especiarias e uma reminiscência de pimentão. Depois de algum tempo licor de cassis. Paladar de médio corpo. Madeira bem integrada. Álcool generoso sem incomodar. Excelente concentração de sabor (muita fruta) neste vinho que termina macio e persistente. Avaliação: 91/100 pts.+

Loreto Arteaga com uma garrafa do Nerkihue Malbec 2016 – blogdojeriel.jpg

Nerkihue Malbec 2016 – Álcool: 13,5% – Região: Lolol/Colchágua – procura importador para o Brasil – sem passagem por madeira, apenas 1.600 garrafas produzidas deste Malbec Costeiro, videiras cultivadas em solos graníticos franco-arenosos em “laderas” de pouca profundidade beneficiadas pela brisa marítima,  elaboração artesanal – Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso. Aromático com violetas, cereja e mentol no nariz, taninos macios num Malbec de perfil fresco, leve, elegante, muito equilibrado. Os vinhateiros chilenos começam a desenvolver um estilo próprio de Malbec, fresco, frutado, leve, vivaz, que se distancia dos exemplares alcoólicos e de taninos duros do passado. Avaliação: 90/100 pts.

Espumante Brut Ai! – Variedades: Chardonnay e Pinot Noir

Espumante Brut Ai! – Álcool: 12,5% – Região: Bio Bio – Variedades: Chardonnay e Pinot Noir – elaborado pelo método Charmat, este raro espumante chileno elaborado por um pequeno produtor “Mujer Andina” chamou atenção por seu balnço e frescor. Análise organoléptica: palha claro. Boa intensidade de aromas no nariz, perlage fino, constante e  persistente, com boa concentração de fruta emoldurada por pinceladas minerais. Seu final de boca é elegante, limpo agradável e sem amargor. Avaliação: 89/100 pts.

Trabun Sauvignon Blanc 2018 – um branco equilibrado. Blogdojeriel.jpg

Trabun Sauvignon Blanc 2017 – álcool: 13% – região: Vale de Rapel – representando “El Nuovo Chile”, este fresco Sauvignon Blanc é límpido na cor, forte nos aromas com fruta de polpa branca (melão, maçã e pera) sobre notas “vegetais” confirmando a tipicidade da casta. Na boca é um vinho rico, fresco, de acidez delicada, redondo, de final limpo, praticamente sem arestas. Avaliação: 89/100 pts.

Espetacular Sauvignon Blanc produzido por Attilio & Mocchi, dois brasileiros radicados no Chile – Blogdojeriel.jpg

Attilio & Mochi Tunquen Sauvignon Blanc 2017 – Região: Vale de Casablanca – mais um exemplar do “El Nuovo Chile”, este exuberante Sauvignon Blanc produzido por Angela Mochi e seu marido Attilio, que já foram proprietários de uma importadora de vinhos no Brasil, a extinta “Wine Company” sediada em Campinas, mudaram para o Chile para lá fazer vinhos, que já há algum tempo chegam ao nosso mercado sendo bem recebidos pela crítica. Vamos à sua análise organoléptica: palha claro brilhante, translúcido. Aromaticamente exibiu notas marcadamente minerais, toques cítricos e tons florais. Na boca o Attilio & Mocchi mostrou-se encorpado, dotado de sabores minerais, cítricos e mel, que algumas vezes pode até soar “picante”, porque chega a ser um pouco condimentado. Resumindo, um branco cujo estilo comedido lembra os melhores Sancerres, ricos e perfumados, podendo proporcionar excelentes harmonizações com queijos de cabra, peixes de água doce naturalmente e também frutos do mar. Avaliação: 91/100 pts.+

Inquieto Brut Chardonnay e Pinot Noir – Método Tradicional – Blogdojeriel.jpg

Espumante Inquieto Brut – Variedades: Chardonnay e Pinot Noir – Álcool: 12,5% – Método Tradicional – apenas 3.550 garrafas produzidas deste espumante cujo vinho base teve amadurecimento de 12 meses em barrica e depois mais 18 meses de autólise. Análise organoléptica: Palha claro. Aromas típicos dos espumantes elaborados pelo método tradicional produzidos com Chardonnay e Pinot Noir: panificação, frutas de polpa branca e ligeiro cítrico. No paladar exibiu corpo médio, razoável frescor e boa fruta. Termina com média/longa persistência. Avaliação: 89/100 pts.

Starry Night Syrah 2011 – blogdojeriel.jpg

Starry Night Syrah 2011 –  álcool: 14% – região: Maipo Costa – vermelho-rubi intenso com reflexo violáceo. Nos aromas notas florais sobre geleia de frutas vermelhas e alguma fruta negra. Especiarias. Melhor na boca, taninos de boa qualidade, toques picantes conciliando grande potência com expressão de fruta. Persistente, suculento, seu final é macio, marcado pela tipicidade da casta. Avaliação: 90/100 pts.+

Villard Le Chardonnay Grand Vin Casablanca Valley – Blogdojeriel.jpg

Villard Le Chardonnay Grand Vin Casablanca Valley 2017 – Álcool: 13,5% – a madeira judiciosamente utilizada é o grande apelo deste vinho que exibe aromas de frutas de polpa branca sobre toques cítricos, expansivo, mineral e longo no paladar. Fino, de acidez delicada, concentrado, fresco, equilibrado, de grande tipicidade, sem os habituais excessos, com a elegância sendo o seu principal destaque. Avaliação: 92/100 pts. 

JCV – Jean Charlie Villard – vinho laranja deste produtor que sempre se destacou no Vale de Casablanca – Blogdojeriel.jpg

JCV Charlie Villard Ramato Pinot Grigio 2017 – Álcool: 13% – este Ramato é um vinho laranja, natural, com utilização de leveduras nativas, maceração longa, dois meses em contacto com as cascas… um vinho limpo no nariz, com aromas de casca de laranja, pinceladas minerais, bem cítrico. Paladar, denso, macio, profundo, fresco, com a concentração de sabor esperada para esse tipo de vinho. Um branco de personalidade dotado de características muito particulares. Avaliação: 91/100 pts.

Gillmore faz um dos mais consistentes Cabernet Franc do Chile já não é de hoje! Blogdojeriel.jpg

Gillmore Hacedor de Mundos Cabernet Franc 2014 – álcool: 14,8% – região: Vale do Maule/Loncomilla – vermelho-rubi com reflexo violáceo. Sua cor denota juventude. Nariz complexo com notas florais (violetas) e balsâmicas (eucalipto), especiarias, frutas negras (ameixas e framboesa) sobre um fundo herbáceo fresco, fino, elegante. Cumpre na boca o prometido no nariz: aveludado, potente, estruturado, macio, redondo, quente, acidez equilibrada com taninos presentes  de  qualidade superior. Retrogosto com notas achocolatadas. Seu estilo conjuga elegância com concentração. Vinho emblemático que apresenta excelente tipicidade da casta no Novo Mundo. Recomenda-se decantar. Avaliação: 90/100 pts.+

Filo Malbec 2017 – Blogdojeriel.jpg

Filo Malbec 2017 – Álcool: 13,5% – mais um bom Malbec, agora do vale do Maule. Na taça a cor intensa que caracteriza a variedade. Aromas florais, frutas negras sobre um fundo ligeiramente herbáceo. Na boca é tânico (boa quaidade), equilibrado e com um final rugoso. Avaliação: 89/100 pts. 

Maurizio Garibaldi – Blogdojeriel.jpg

Maurizio Garibaldi Lemu 2015 – Álcool: 14% – Variedades: Malbec e Syrah – aqui a versátil Syrah que dá boas respostas em todo território chileno foi adicionada à Malbec para arredondar o vinho e parece que o resultado foi positivo. Além da cor intensa, muita groselha e especiarias nos aromas emoldurados por notas florais típicas da Malbec. Na boca taninos muito macios, álcool integrado e boa acidez num vinho redondo, encorpado, fresco e aveludado. Termina frutado. Avaliação: 91-92/100 pts. 

P. S. García Facundo – Blogdojeriel.jpg

P. S. García Facundo 2014 – Álcool: 14% – Álcool: 14% – Variedades: Carignan (38%), Cabernet Sauvignon (29%), Petit Verdot (22%) e Cabernet Franc (11%) – mais um blend no qual a máxima “a soma de todas as partes é superior ao todo” tem plena aplicação. Muita fruta vermelha e negra, ervas aromáticas sobre um fundo mentolado. No paladar, sua entrada revelou um vinho de grande fluência e frescor, conformando um estilo “mediterrânico”. Seco, mineral, tem corpo, acidez e álcool harmonicamente entrelaçados. Avaliação: 90/100 pts.


Outros vinhos degustados:

  

CONCLUSÃO

Faltou uma Masterclass. Sim, começo fazendo essa afirmação porque apesar de o lugar escolhido ter sido apropriado, o novo “Museu do Vinho” (Durou pouquíssimo tempo estando atualmente INATIVO), os principais formadores de opinião e jornalistas ficaram em pé a maior parte do tempo o que impede a análise correta dos vinhos. Principalmente para fazer anotações. O local também estava lotado, portanto, com bastante ruido em algumas salas.  É consabido que o barulho tira a concentração dos degustadores. Para este redator ficar em pé por uma hora ou hora e meia é altamente contra-indicado (forte instabilidade na coluna). Infelizmente não havia lugar para sentar. Mas nem isso foi suficiente para alterar nossas impressões – os vinhos do MOVI são de alta qualidade e alguns já brilham no Brasil. Enfim, vamos ao que interessa: o evento apresentou vinhos diferenciados, bem diferentes dos vinhos chilenos a que estamos acostumados. Das amostras provadas, poucas apresentaram notas herbáceas e de compota normalmente sentidas nos tintos desse país e que incomodam um pouco alguns degustadores que tendem a julgar esses vinhos de caráter”unidimensional”. Ao revés, aromas varietais, típicos foram confirmados no palato. A madeira também não se mostrou exagerada e possibilitou a expressão de fruta na maior parte dos vinhos, que também demostraram um traço típico de algumas regiões, como o Maule, por exemplo: a mineralidade. São vinhos longevos, que numa hipotética degustação às cegas, facilmente poderão ser confundidos com disputados vinhos europeus. Por fim, saliento que alguns desses vinhos ainda não contam com importador no Brasil, mas devido a sua boa qualidade não encontrarão dificuldade de encontrar quem os represente. Só resta saber se esses vinhos serão comercializados por preços competitivos, isto é, dentro da melhor tradição chilena que galgou  fama mundial de produzir vinhos de real qualidade agregada a preço baixo. Enfim, vale à pena ficar atento para os vinhos apresentados pelo sempre inovador MOVI. Enfim, a degustação contou com boa organização e os principais produtores se fizerem presentes e certamente que mais essa incursão do MOVI no mercado brasileiro resultará em mais opções para os consumidores. É o Chile se mexendo, provando que seus pequenos produtores são dotados de uma invejável capacidade de organização e também que sabem produzir vinhos com sentido lugar.

MAIS ALGUNS FLAGRANTES DA GRANDE FESTA VINÍCA PROMOVIDA PELO MOVI EM SP: 

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