Para Eduardo Viotti, autor da Coleção “Folha o Mundo do Vinho”,  Supertoscano “São alguns dos vinhos mais reputados da Itália. São também fruto da rebeldia de homens que se levantaram contra rigidez das leis da DOC que os impedia de fazer os melhores vinhos da Itália, e certamente alguns dos mais importantes vinhos do mundo. Na verdade, a concorrência dos vinhos tradicionais italianos diante dos grandes vinhos do Novo Mundo, em que toda aventura enológica era possível, estava ficando difícil em termos de qualidade – com a Itália perdendo terreno e tendo que destilar hectolitros de vinho. Além de concorrer cara a cara nos mercados internacionais, os orgulhosos vinhateiros toscanos queriam provar ser também capazes de elaborar, em seu terroir, maravilhas líquidas tão boas como aquelas – e tão sofisticadas quanto os melhores vinhos dos eternos rivais franceses. Parte dessa idéia decorre da concepção européia segundo a qual não importa tanto a uva de que é feito o vinho, mas sim a região de onde provém. A solução foi abrir mão do uso da DOC e elaborar o vinho da maneira como bem lhes aprouvesse, usando apenas a indicação Vino di Tavola ou IGT – Indicação Geográfica Típica, no máximo. O estilo bordalês não é o único adotado pelos supertoscanos; ao contrário, ele é hoje minoritário. A maioria dos orgulhosos e ricos vinhateiros modernos da Toscana fazem vinhos especiais com a própria Sangiovese local, em pureza ou em corte com outras variedades tintas. Por fim, fato é que quase todos grandes produtores da região de Chianti têm hoje seu Supertoscano. Além disso, ter um supertoscano ajuda a vender Chianti, pela força do bom nome”.

Cerviolo 2001 é um supertoscano que sempre recebe altas pontuações da crítica: 2/3 Gambero Rosso, 91/100 pts. em 30.04.2004 da WS e de RP em 15.10.2003

Degustação – 

San Fabiano Calcinaia Cerviolo IGT 2001 – Variedades: Sangiovese (50%), Cabernet Sauvignon (25%) e Merlot (25%) – Região: Castellina in Chianti – Importador: Decanter – Preço: R$ 471,10 (2008) – retinto com leve unha granada. Aromas terciários com muito couro, tabaco, mentol sobre um fundo defumado. No paladar o estilo que lembra Pauillac porque tem potência e profundidade envolta numa refinada elegância. Generoso no álcool e na madeira, seus taninos marcam presença sem entregar os 17 anos da sua safra. Acidez plena. Cheio de camadas, profundo, concentrado lembra um bombom de chocolate recheado com cereja ao licor (amadurecido durante 18 meses em barrica de carvalho novo). Tem fruta passa. Saboroso, tem chocolate amargo e especiarias. Uma verdadeira ode à longevidade e ao prazer eis que chegará tranquilamente a 2021 quando completará seu segundo lustro. Persistência muito longa. Degustar este supertoscano que nada deve a Guado Al Tasso, Sassicaia, Solaia, Ornellaia e Tignanello – apenas para ficar nos mais famosos – foi uma agradável surpresa, eis que este Cerviolo é um vinho que se agigantou na taça porque mostrou aptidão para envelhecer singularmente na garrafa. Avaliação: 93/100 pts.

San Fabiano Calcinaia Cerviolo Toscana IGT 2001 – Blogdojeriel.jpg
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