2015-06-30 22.01.15

Confraria Vinho & Boa Cia. se reuniu na noite de 30.06.2015 para degustar tintos elaborados com a mesma variedade nativa de Portugal. A cepa escolhida foi a Trincadeira. Estiveram presentes além deste escriba, os confrades: Ricardo, Flávio, Paulo Guerra, Bibe, Flávio, Cecília, Mônica, Rosely, Núbia, Paulo Morais e Márcia. A coordenação do mês coube a Paulo Morais, que elegeu o tema e o restaurante, o Antiquarius de São Paulo. 

Trincadeira

Algumas linhas para a Trincadeira –

Especialmente popular nas regiões do Alentejo e Douro, onde é designada por Tinta Amarela, é uma casta difícil, especialmente vigorosa, necessitando de refreio permanente e cuidados extremos no controle da produção. Os rendimentos são, por regra, elevados, mas irregulares e impoderáveis. Os vinho são tendencialmente florais, mais vegetais quando a maturação é deficiente, ricos em cor e acidez, ligeiramente alcoólicos e com boas condições para envelhecer em garrafa, No Alentejo, faz par com a casta Aragonez. Fonte: ViniPortugal

Em último lugar um vinho de R$ 40, com 30% de Trincadeira
Em último lugar um vinho de R$ 40, com 30% de Trincadeira

6° lugar – Monte Velho – Vinho Regional Alentejano 2013 – álcool: 14% – região: Reguengos de Monsaraz/Alentejo – uvas: Trincadeira, Aragonês (40%), Trincadeira (35%), Touriga Nacional (20%) e Syrah (5%) – preço médio: R$ 58,30 – importador: Qualimpor – vermelho-rubi intenso com alguma profundidade e halo levemente púrpura. Nariz franco e aberto com boa intensidade. Complexo olfativamente com notas de ameixa e figo sobre um fundo discretamente defumado com boa sustentação na taça. Depois de algum tempo na taça notas vegetais. Na boca é um vinho macio, leve, de taninos redondos repetindo a fruta anunciada no nariz. Uma notinha de especiaria (cravo). Termina suave, mas de persistência média/curta. Estagiou seis meses em cuba de inox e em madeira de carvalho americano. É um vinho que já chega pronto para ser consumido, mas que diante dos vinhos da degustação pareceu um pouco deslocado, por se tratar de um vinho para o dia a dia, mas de um produtor de respeito. Avaliação: 87/100 pts. –  Rosely

 

Cartuxa ficou
Cartuxa ficou em 5° lugar

 

5° lugar – Cartuxa Évora Vinho Regional Alentejano 2012 – Álcool: 14% – Variedades: Aragonês, Alicante Bouschet, Alfrocheiro e Trincadeira – preço médio: R$ 180 – um dos Alentejanos mais conhecidos no Brasil, amadurecido 15 meses em barrica de carvalho novo francês acrescidos de mais 12 meses na garrafa antes de sua liberação ao mercado. Análise organoléptica: bonita e sedutora cor violácea brilhante com reflexo púrpura, no olfato apresentou aromas complexos e apetecíveis num perfil aromático no qual a Alfrocheiro dá o tom com sua típicas notas de groselha e cereja. Especiarias e um toque de ameixa também integram o conjunto. Na boca, além da subscrição total dos aromas, é um vinho “clássico que se modernizou” segundo já anotou alhures o respeitadíssimo crítico português Rui Falcão. Taninos presentes, acidez viva, fruta e madeira em integração num perfil intenso que promete muita vida pela frente na garrafa. Avaliação 87-88/100 pts.+   Flávio

Um Trincadeira puro este Campos de Cima 2012 ficou em quarto lugar
Um Trincadeira puro este Campos de Cima 2012 ficou em quarto lugar

4° lugar – Cortes de Cima Trincadeira 2012 – Álcool: 14% – Região: Vidigueira/Alentejo – Preço médio: R$ 225 – Escurão na cor, complexo nos aromas com notas de frutas negras, especiarias e uma convidativa nota crocante. Na boca é um vinho quente, de estrutura marcante, fresco, de taninos mastigáveis e boa concentração de fruta. Um vinho de excelente tipicidade alentejana, gostoso,  com notas crocantes, acidez salivante e álcool generoso. Não custa barato mas vale à pena conhecê-lo. Termina persistente. Avaliação: 88/100 pts. – Paulo Morais

 

O tradicional Adega Cooperativa Borba ficou na terceira colocação
O tradicional Adega Cooperativa Borba ficou na terceira colocação

3° lugar – Adega Cooperativa de Borba Grande Reserva 2009 – Álcool: 14,5% Variedades: Trincadeira e Alicante Bouschet – vermelho-rubi brilhante com reflexo violáceo sem halo granada. Aromas complexos com notas de frutas vermelhas secundadas por alcatrão, algum vegetal e um leve defumado. Na boca se mostrou macio, denso e potente com alguma secura ao final. Tem maciez e frescor, um tinto complexo que agradou bastante, porque tem bastante fruta, concentração de sabor e a típica “pegada” alentejana. Perfil gastronômico. Avaliação: 88-89/100 pts. – Ricardo Mello

Na segunda colocação um Trincadeira monovarietal, o mais velho do painel, safra 2005 ficou na segunda colocação
Na segunda colocação um Trincadeira monovarietal, o mais velho do painel, safra 2005 ficou na segunda colocação

2° lugar – João Portugal Ramos Trincadeira 2005 – Álcool: 14,5% – vermelho-rubi com nítido halo granada, enfim, o vinho mais antigo do painel se entregou logo na cor e nos aromas terciários bem focados. Notas de couro envoltas num toque de caixa de charutos e um levíssimo sous-bois completam o conjunto. Na boca um dos tintos mais macios da degustação. Tudo integrado: álcool, acidez e madeira num perfil de estrutura sólida que agradeceu o correto envelhecimento na garrafa. Fim-de-boca longo e sedoso. Avaliação: 89/100 pts.  –  Paulo Guerra

Levado por este escriba, Herdade do Perdigão Reserva 2006, adquirido na extinta Ana Import, venceu a peleja: Trincadeira (80%) o restante Aragonez e Cabernet Sauvignon
Levado por este escriba, Herdade do Perdigão Reserva 2006, adquirido na extinta Ana Import, venceu a peleja: Trincadeira (80%) o restante Aragonez e Cabernet Sauvignon

 

1° lugar – Herdade do Perdigão Reserva Vinho Regional Alentejano 2006 – Álcool: 15% – Variedades: Trincadeira (80%), Aragonês (15%) e Cabernet Sauvignon (5%) – vinho fermentado em balseiros “Seguin Moureau” de 5.000 litros – sem importador para o Brasil – Vermelho-rubi intenso. Aberto nos aromas com sugestões de chocolate, café torrado e bala de cevada sobre um fundo balsâmico. Na boca é um vinho de taninos volumosos, macios, álcool elevado sem incomodar, acidez na medida, madeira judiciosamente utilizada permitindo a expressão da fruta, enfim, um vinho prazeroso, equilibrado, de grande tipicidade que chega a ser elegante. Avaliação: 90/100 pts.

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