Na segunda-feira, 04.04.2011, realizou-se mais uma degustação da Domno Brasil, empresa do grupo “Famiglia Valduga”, que  faz importação de  vinhos de alto padrão e elabora espumantes bastante conhecidos do consumidor brasileiro por sua qualidade e elegância (linha .Nero e Alto Vale), apresentou os vinhos argentinos Bodega Vistalba produzidos por Carlos Pulenta. Estiveram presentes blogueiros, editores de revistas de enogastronomia e outros formadores de opinião.

 

Em meados de 2005, sob forte impacto na mídia a Bodega Carlos Pulenta  lançou sua primeira linha de vinhos:  Vistalba. A bodega conta com uma hospedaria “La Posada” e o recomendado Restaurante La Bourgogne, dirigido por Jean Paul Bondoux, que oferece pratos elaborados com produtos regionais acompanhados dos vinhos da Bodega. Existe até a possibilidade de aulas de culinária programada. A linha de varietais é denominada Tomero e um dos seus destaques é o Petit Verdot. Carlos Pulenta é uma Bodega familiar de 53 hectares de vinhedos em pleno coração de Vistalba, dentro de Luján de Cuyo, bem perto da Cordilheira dos Andes, nos pés do imponente “Cordón del Plata”,  onde a Malbec atinge grande expressão por conta das virtudes do solo irrigado com água do Rio Mendoza.  Os vinhedos, de 980 metros de altitude, datam de 1948  e os mais recentes de 1999.  A bodega conta com alta tecnologia, mas não abre mão de alguns procedimentos tradicionais, eis que os vinhos de longa maceração são fermentados em tanques de cimento com temperatura controlada e amadurecidos em toneis de carvalho francês. Enfim, por essas e outras razões, a crítica aponta essa bodega como uma das referências da vitivinicultura Argentina.  Atualmente, a vinícola conta com as seguintes linhas de vinhos:

Vistalba Corte “A”, “B” e “C”  – uvas de vinhedos antigos de Vistalba, são vinhos de “terroir”, cortes que variam a cada safra de acordo com as variedades que se destacam. Cada corte procura refletir um universo próprio distinto dos demais.

Tomero “Gran Reserva”, “Reserva” e  “Tomero” – são vinhos 100% varietais elaborados com uvas do Vale de Uco, amadurecidos em barrica de carvalho.

Espumante Progenie, elaborado sob o método Champenoise com Pinot Noir e Chardonnay de Tunuyan, Alto Vale de Uco

Azeite de Oliva Corte V – as oliveiras também são irrigadas com água do degelo da Cordilheira dos Andes e totalizam 1.200 pés cultivadas na Finca Vistalba

Degustação

.Nero Extra Brut – região: Serra Gaúcha – álcool: 12,5% – uvas: Chardonnay (70%) e Pinot Noir (30%) – amarelo com reflexo dourado. Perlage fino, delicado e persistente. Borbulhas pequenas. Aromas típicos, notas tostadas, pão fresco sobre um fundo maduro. Na boca tem boa pegada com a cremosidade se destacando. Redondo, macio e com o frescor completando o conjunto. Termina frutado com um leve amargor cítrico. Avaliação: 87-88/100 pts.

 

 

Tomero Reserva Pinot Noir 2007 – região: Vale de Uco/Mendoza – álcool: 14,5%  – preço: R$ 117,75 –vermelho rubi pouco intenso com reflexo violáceo. Aromas frutados de média intensidade e alguma complexidade. Na boca a sua entrada revela um vinho de médio corpo, de taninos de boa qualidade com alguma sobra de álcool e pouca fruta. Deve crescer à mesa porque tem boa acidez. Termina com discretíssimo amargor que não chega a incomodar. Um bom vinho, mas poderia ter um pouco mais de tipicidade. Avaliação: 86/100 pts.

 

 

 

 

Tomero Malbec 2009 – região: Vale de Uco/Mendoza – álcool: 14,5%  – preço: R$ 49,06 – vermelho-rubi com reflexo violáceo. No nariz apresenta especiarias, tostado, discreto chocolate e ausência de fruta.  Depois de algum tempo surgiu uma nota de café torrado. A boca confirmou o nariz . Apesar de apenas 20% do mosto ter passado por barrica de carvalho francês durante 8 meses, a impressão é maior porque a fruta quase não foi notada. Os taninos são de boa qualidade e a acidez baixa. Também tropeçou na tipicidade, não o suficiente para macular sua imagem. Avaliação: 85/100 pts.

Tomero Reserva Cabernet Sauvignon 2008 – região: Vale de Uco/Mendoza – álcool: 14,5%  – preço: R$ 49,06 – vermelho rubi com reflexo violáceo mais intenso do que o anterior. No nariz o primeiro toque é de geléia de frutas vermelhas sobre um delicado fundo de licor de cassis. Na boca  sua entrada revela um vinho de álcool generoso, taninos doces, macios, com  a ratificação da fruta sinalizada no nariz. Madeira na medida (apesar de apenas 20% do mosto ter passado por barrica de carvalho francês durante 8 meses). Acidez correta e final de média persistência sem arestas de adstringência ou amargor. Um bom exemplo do que se pode fazer com a Cabernet Sauvignon em solo platino. Boa relação preço-qualidade. Avaliação: 87/100 pts.+

Tomero Reserva Petit Verdot 2006 – região: Vale de Uco/Mendoza – álcool: 14,5%  – preço: R$ 117,75 – vermelho-rubi intenso, profundo com discreto halo púrpura. Nariz com notas de especiarias sobre um fundo mentolado. Leve toque de frutas negras (ameixas e amoras). Na boca a sua entrada revela um vinho poderoso, de taninos fortes, sedosos e levemente adocicados. Tudo no lugar certo: álcool, acidez, fruta e madeira (amadurecido durante 15 meses em barrica de carvalho francês). Um vinho elegante que se destaca por sua ótima tipicidade. Avaliação: 89/100 pts.+

Vistalba Corte “C” 2008 – região: Vistalba/Mendoza – álcool: 15,1% – uvas: Malbec (78%), Cabernet Sauvignon (19%) e Bonarda (3%) –  Importador: Domno do Brasil,  tel.: 54 – 3388  3999 ou www.domno.com.br –  preço: R$ 56,37 –  Vermelho-rubi  intenso, profundo com ligeiro halo púrpura. Nariz de média intensidade exibindo aromas de frutas vermelhas (20% do mosto passa por carvalho francês durante 12 meses) sobre  notas ligeiramente picantes e um fundo de mentol. Na boca seus taninos são amáveis e chamam a atenção por conta de sua textura. Sua entrada provoca leve aquecimento no palato (15,1% de álcool)  que logo desaparece dando espaço para fruta.  Sugestões de ameixa e chocolate. Acidez na medida.  Final longo e equilibrado. Deixa uma notinha de chocolate no fim-de-boca. Avaliação: 88/100 pts.+

 

Vistalba Corte “B” 2005 – região: Vistalba/Mendoza – álcool: 14,8% – uvas: Malbec (70%), Bonarda (30%) e Cabernet Sauvignon (10%) –  Importador: Domno do Brasil,  tel.: 54 – 3388  3999 ou www.domno.com.br –  preço: R$ 117,75 –  Vermelho-rubi violáceo intenso, profundo sem halo de evolução. Sugestões de especiarias ao lado de notas herbáceas sobre um fundo de tabaco. Ainda no olfato acusa sua passagem por madeira (carvalho francês durante 18 meses) com baunilha e tostado.  Na boca a sua entrada revela um vinho fino, equilibrado e de taninos de boa textura num corpo sólido e estruturado com todos seus elementos entrelaçados harmônicamente.  Frutado, gostoso e persistente, seu final é  longo e aveludado. Tem sobrevida na garrafa.  Avaliação: 89/100 pts.+

Alejandro Bulgheroni é um dos empresários mais experientes no setor da energia da Argentina desde 1965 e já desenvolveu vários projetos industriais. Em 1999, ele e sua esposa Bettina se destacaram no pioneirismo transformando a região de Garzón no Uruguai com empresas de tecnologia agrícola. Há Colinas Garzón produziu um azeite de oliva virgem extra que obteve muitos prêmios internacionais e foi consagrado entre os dez melhores do mundo. Com a assessoria do enólogo italiano Alberto Antonini tornaram-se os morros da cidade em uma complexa teia de vinhas. La Bodega Garzón é um terroir que se mostrou capaz de oferecer vinhos com um grande futuro. Em 2009 ele ganhou a sua intensidade e capacidade de trabalhar em Bodega Vistalba com seu parceiro Carlos Pulenta. Desde então, tem expandido sua presença na indústria do vinho, com a aquisição de propriedades na Argentina e em outros países. Seu novo desafio é a mais meridional produção de vinho no mundo. Crédito da imagem: http://www.oliveoiltimes.com/
Alejandro Bulgheroni é um dos empresários mais experientes no setor da energia da Argentina desde 1965 e já desenvolveu vários projetos industriais.
Em 1999, ele e sua esposa Bettina se destacaram no pioneirismo transformando a região de Garzón no Uruguai com empresas de tecnologia agrícola. Há Colinas Garzón produziu um azeite de oliva virgem extra que obteve muitos prêmios internacionais e foi consagrado entre os dez melhores do mundo.
Com a assessoria do enólogo italiano Alberto Antonini tornaram-se os morros da cidade em uma complexa teia de vinhas. La Bodega Garzón é um terroir que se mostrou capaz de oferecer vinhos com um grande futuro.
Em 2009 ele ganhou a sua intensidade e capacidade de trabalhar em Bodega Vistalba com seu parceiro Carlos Pulenta. Desde então, tem expandido sua presença na indústria do vinho, com a aquisição de propriedades na Argentina e em outros países. Seu novo desafio é a mais meridional produção de vinho no mundo.
Crédito da imagem: http://www.oliveoiltimes.com/

Vistalba Corte “A” 2006 – região: Vistalba/Mendoza – álcool: 14,9% – variedades: Malbec (87%), Bonarda (8%)  e Cabernet Sauvignon (5%) – Importador: Domno do Brasil,  tel.: 54 – 3388  3999 ou www.domno.com.br –  preço: R$ 233,30 – Quase retinto na cor, seus aromas são intensos e exibem notas convidativas de baunilha, tostado e chocolate sobre um fundo floral (violetas). Após algum tempo surgiu uma pontinha de frutas negras como amoras e ameixas, aportados provavelmente pela Malbec que é majoritária no corte. Na boca a opulência e elegância de seus taninos amáveis chamam a atenção por conta de sua textura fina e sedosa. Generoso no álcool (14,9% de álcool)  que não ofusca a fruta. Aveludado, redondo e sobretudo macio deixa uma destacada nota de chocolate no palato. Evoluirá  muito bem na garrafa  nos próximos anos.  O importador informa que este vinho obteve 95/100 pts. da Revista Wine Enthusiast. Avaliação: 91/100 pts.+

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