A primeira degustação “Esvaziando a Adega” de 2014 ocorreu no dia 18 de janeiro de 2014. Estiveram presentes os confrades Rubão, José Luiz, Clóvis e Lucas. Ausente justificadamente: Romeu, por motivo de viagem. A degustação foi dividida em dois temas, sendo um deles inédito: vinhos rosés. O segundo tema vinhos brancos. O local escolhido foi o de sempre: o Restaurante Zeffiro, sito à Rua Frei Caneca 669 – Bela Vista, São Paulo. A seguir a relação dos vinhos degustados:

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  1. Niepoort Redoma Douro Rosé 2006 – álcool: 13% – importador: Mistral –
  2. Miguel Torres Santa Digna Cabernet Sauvignon Rosé  2008 – álcool: 14%  – Vale de Curicó – Importador: Reloco (inativo) –
  3. Le Cinciole Rosato – Podere in Panzano in Chianti 2010 – Podere Le Cinciole – Região: greve in Chianti – Álcool: 13,5%  – importador: MS Import –
  4. Leyda Pinot Noir Rosé 2006 – álcool: 14% – importador: Hannover –
  5. Rovisco Garcia VRA 2009 – álcool: 13,5% – importador: GRC –
Aqui os brancos degustados
Aqui os brancos degustados

A seguir o ranking dos rosés degustados às cegas:

 

  • 5° lugar – Rovisco Garcia VRAlentejano 2009 – álcool: 13,5% – variedades: Aragonês, Syrah e Touriga Nacional – importador: Tambuladeira/Graciano Bebidas – o lanterninha do painel ainda exibia uma cor atraente, salmão brilhante, aroma de frutas passadas, corpo magro, persistência curta, fim-de-boca sem amargor. Avaliação: 82-3/100 pts.

 

  • 4° lugar – Le Cinciole Rosato – Podere in Panzano in Chianti 2010 – Podere Le Cinciole – Região: Greve in Chianti – Álcool: 13,5%  – importador: MS Import – orgânico não certificado, este Rosé Toscano apresentou enorme variação entre essa e a garrafa provada por este escriba em 17.11.2011 – https://blogdojeriel.com.br/2011/12/rosato-le-cinciole-2010/  Agora o vinho já deu nítidos sinais de declínio, com baixo frescor, quase sem fruta. Aqui vale a recomendação que Hugh Johnson faz para alguns vinhos: “beber o mais jovem possível”. Avaliação: 83/100 pts.

 

  • 3° lugar – Niepoort Redoma Douro Rosé 2006 – álcool: 13% – variedades: Tinta Amarela (30%), 20 % Touriga Franca (20%) e outras (50%) – importador: Mistral – Preço: US$ 33,90 – uma das surpresas da degustação. Vinho que justificou a boa fama. Sua cor intensa é um indicador de que este vinho passou por carvalho, consoante informação de sua ficha técnica: ” contrariamente ao típico processo de vinificação do rosé, o Redoma Rosé é fermentado em barricas novas de carvalho francês depois de ser obtido o mosto de gota. Muito vivo e elegante no nariz, com fruta vermelha e especiarias, com tosta de madeira muito bem integrada. Grande frescura e comprimento, com volume e boa estrutura, mostrando bem a complexidade de vinhedos mais velhos. Sem dúvida um rosé com muitos atributos para a boa mesa”. Foi exatamente isso que encontramos na taça, um vinho potente, untuoso, macio sem denunciar o peso dos anos. Avaliação: 86-87/100 pts. 

 

  • 2° lugar – Leyda Pinot Noir Rosé 2006 – álcool: 14% – importador: Hannover – aromas de morango e groselha cederam para frutas em compota a lembrar goiabada. Não consideramos isso um defeito, apenas uma característica do terroir chileno. Ainda na boca se destacou por sua acidez delicada, leve mineralidade, notas frutadas e uma saborosa concentração de sabor contrabalançada por acidez vibrante que lhe confere frescor incomum para um rosé chileno com quase oito anos de idade. Numa taça escura passaria por um tinto de Pinot Noir. Avaliação: 87/100 pts.

 

  • 1° lugar – Miguel Torres Santa Digna Cabernet Sauvignon Rosé  2008 – álcool: 14%  – Vale de Curicó – Imp.: Reloco (inativa) – (preço médio: R$ 45 – safra 2012) – intenso na cor, frutas vermelhas dominam os aromas, na boca é um rosé fresco, mineral e principalmente estruturado. Não denunciou o peso de seis anos e também confirmou sua fama de se tratar de um festejado Rosé chileno. Avaliação: 88/100 pts.

 

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Aqui os brancos degustados às cegas na ordem de classificação
Aqui os brancos degustados às cegas na ordem de classificação

A seguir o ranking dos brancos degustados às cegas:

4º lugar – Casa Valduga Arte 2011 – álcool: 11,5% – Brasil

3º lugar – Vila Francioni Sauvignon Blanc 2008 – 13,6% – Brasil

2º lugar – Viu Manent Sauvignon Blanc 2008 – álcool: 13% – Chile

1º lugar – De Lucca Sauvignon Blanc 2006 – álcool: 14,3% – Uruguai

 

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Jeriel, Clóvis, José Luiz, Rubão e Lucas

 

Comentários –

A degustação dos brancos foi mais fácil do que a dos rosés. O Cisplatino De Lucca El Colorado Sauvignon Blanc Reserva 2006 (14,3% álcool), cor dourada, aromas complexos, incrivelmente fresco e de tipicidade marcada (lembro que custava singelos R$ 48,40 – no extinto portal Estação do Vinho – https://blogdojeriel.com.br/2010/06/de-lucca-el-colorado-reserva-2006-um-sauvignon-blanc-diferente/), saltou logo na frente (pena que seu produtor tenha optado por não passá-lo mais por madeira e não utilizar uvas botrityzadas na sua elaboração) abrindo léguas de distância sobre o segundo lugar, o Sauvignon Blanc chileno do vale de Colchágua Viu Manent 2008 (13% álcool), medianamente fresco, de clássicos aromas vegetais, médio corpo, boa tipicidade e sem amargor (preço médio R$ 35 em SP). Na terceira colocação já denunciando o peso dos anos veio o nacional Vila Francioni Sauvignon Blanc 2008 (o catarinense de São Joaquim safra 2012 custa acima de R$ 100 aqui em São Paulo, preço exagerado!). Na boca ressentiu-se de frescor, mas não exibiu amargor. E por último um intruso levado pelo Rubão:  o Casa Valduga Arte 2011, corte de Flora Californiana,  Pinot Blanc e Riesling Itálico (11,5% álcool), um vinho que não agradou a confraria mas que curiosamente chamou atenção deste escriba por conta de seus aromas florais e frutados, boca leve, limpa e fresca. Sem sofisticação, um branco simples, porém, bastante razoável. Para encerrar a degustação, quem escreve levou o australiano Elderton Riverina Botrytis Sémillon 2007 (Expand – R$ 98 – importação “descontinuada”), que passo a descrevê-lo: linda e convidativa cor topázio brilhante. No olfato exibiu uma profusão de aromas com garapa, damasco, amendôas, fruta confitada e geleia de laranja sobre notas florais e de mel com ampla sustentação na taça. Na boca subscreveu todas as sensações olfativas com maciez e uma impressionante concentração de sabor, com destaque para o equilíbrio entre doçura, álcool e acidez, a resultar num vinho agradavelmente  fresco, cremoso e untuoso prazeroso. É impressionante como uma pequena quantidade “expande-se” no paladar. Avaliação: 91-2/100 pts.+ 

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