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Mais uma vez a Confraria Esvaziando a Adega se reuniu no recomendado Restaurante Zeffiro para desta vez degustar vinhos de procedências e safras diversas. Estiveram presentes, no dia 25.05, além deste escriba, Clóvis Pavan, Antonio Carlos, José Luiz e Lucas. Ausentes justificadamente Romeu e Rubão. A seguir a lista dos vinhos degustados:

Os degustadores: habilidade e experiência!
Os degustadores: habilidade e experiência!

Cousiño-Macul Finis Terrae 2003 – Álcool: 13,5% – Região: Vale do Maipo – Variedades: Cabernet Sauvignon e Merlot – importador: Santar

Miguel Escorihuela Gascón 2003 – Álcool: 13,8% – Região: Mendoza – Variedades: Malbec (85%), Cabernet Sauvignon (10%) e Syrah (5%) – Região: Mendoza – importador: Wine Company – vinho amadurecido 14 meses em barricas francesas (80%) e americanas (20%), barricas 100% novas – Notas de degustação: Color rojo violáceo intenso. Aromas de frutos rojos y negros como frambuesas, grosellas silvestres y cassis provenientes del Malbec, combinados con vainilla, chocolate y café aportado durante su crianza em roble. Em boca se presenta intenso, de buena estructura e concentración. Asomborsamente suave y complejo, muy elegante y de persistente final. Botellas envasadas 14.520 (4480). Lic. Gustavo Marin.

1999-5

Catena Cabernet Sauvignon 2002 – Álcool: 14% – Região: Mendoza (Agrelo, La Consulta e Tupungato) – Preço: R$ 58 – Adquirido em 26.08.2005 –

Finca Flichman Dedicado 1999 – Álcool: 14% – Região: Mendoza/Barrancas/Maipú – Variedades: Cabernet Sauvignon, Syrah e Malbec – importador: World Wine – amadurecido 18 meses em barrica de carvalho francês novo acrescido de dezoito meses na garrafa –   

 

Lindemans Cabernet Sauvignon St. George Vineyard Coonawarra 1998 – Álcool: 13% – Importador: Expand – elaborado com uvas de um vinhedo de 12 hectares da região de  Coonawarra…

Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2002 – Álcool: 13% – Região: Colchágua/Apalta – importador: Mistral – preço: R$ 75 – amadurecido em barrica de carvalho francês durante doze meses –  

Os últimos colocados deram sinais de cansaço...
Os dois últimos colocados (vinho do centro e da direita) deram sinais de cansaço…com exceção do Cousiño-Macul, medalhe de “bronze” na degustação.

A seguir o ranking em ordem decrescente de escolhas:

6° – Lindemans Cabernet Sauvignon St. George Vineyard Coonawarra 1998 – Álcool: 13% – Importador: Expand – elaborado com uvas de um vinhedo de 12 hectares da região de  Coonawarra, este vinho foi o que exibiu o maior “cansaço” do painel…sua cor era violáceo com nítido halo granada. Herbáceo no nariz. Na boca a acidez prevalece sobre os taninos e o álcool sinalizando desequilíbrio. O seu auge já passou…eis que o próprio contrarrótulo menciona que poderia ser guardado por até 15 anos! Avaliação: 85/100 pts.

5° – Finca Flichman Dedicado 1999 – Álcool: 14% – Região: Mendoza/Barrancas/Maipú – Variedades: Cabernet Sauvignon, Syrah e Malbec – importador: World Wine – amadurecido 18 meses em barrica de carvalho francês novo acrescido de dezoito meses na garrafa – Análise organoléptica: vermelho-rubi com halo granada nas bordas. Boa complexidade aromática com notas de licor de cassis. Boca correta, taninos macios, algum amargor e leve aspereza no fim-de-boca. Melhorou na taça ao longo da degustação. Avaliação: 86/100 pts.

4° – Catena Cabernet Sauvignon 2002 – Álcool: 14% – Região: Mendoza (Agrelo, La Consulta e Tupungato) – Preço: R$ 58 – Adquirido em 26.08.2005 – vermelho-rubi com reflexo granada nas bordas. Aromas de torrefação, cravo sobre leve herbáceo. Boca macia, taninos no melhor ponto da evolução, média expansão no paladar num final rugoso, com leve aspereza. Avaliação: 87/100 pts.

....aqui os três primeiros lugares: Montes Alpha 2002 , Escorihuela 2003 e Catena 2002
….aqui os três primeiros lugares: Montes Alpha 2002 , Escorihuela 2003 e Catena 2002

3° – Cousiño-Macul Finis Terrae 2003 – Álcool: 13,5% – Região: Vale do Maipo – Variedades: Cabernet Sauvignon e Merlot – importador: Santar – o campeão das degustações da Confraria Esvaziando a Adega desta vez não ganhou mas levou medalhe de bronze!  Cousiño-Macul é um verdadeiro emblema chileno, um vinho de impressionante consistência. Análise organoléptica: vermelho-rubi com ligeiro halo granada em formação. Aberto nos aromas com notas de alcaçuz, menta, café sobre um fundo levemente balsâmico. Na boca toda complexidade olfativa foi confirmada. Taninos finos, álcool e acidez integrados, madeira sem incomodar e a fruta  já não se sente com tanta facilidade. É o peso dos anos. Mesmo assim este vinho ainda tem vida na garrafa pela frente, porque tem boa acidez; não vai melhorar, no máximo ficar como está por mais 3/5 anos…..ou mais, porque é um Cousiño-Macul, um dos mais longevos cabernets chilenos. Avaliação: 88/100 pts.

2° – Miguel Escorihuela Gascón 2003 – Álcool: 13,8% – Região: Mendoza – Variedades: Malbec (85%), Cabernet Sauvignon (10%) e Syrah (5%) – Região: Mendoza – importador: Wine Company – vinho amadurecido 14 meses em barricas francesas (80%) e americanas (20%), barricas 100% novas – Notas de degustação: Color rojo violáceo intenso. Aromas de frutos rojos y negros como frambuesas, grosellas silvestres y cassis provenientes del Malbec, combinados con vainilla, chocolate y café aportado durante su crianza em roble. Em boca se presenta intenso, de buena estructura e concentración. Asomborsamente suave y complejo, muy elegante y de persistente final. Botellas envasadas 14.520 (4480). Lic. Gustavo Marin. Análise organoléptica: vermelho-rubi com reflexo violáceo. Aromas de média intensidade mas de boa complexidade. Notas de fruta em compota, algum floral sobre chocolate. Boca macia, a acidez além de provocar salivação é responsável pelo bom frescor deste surpreendente tinto argentino. Taninos finos, álcool integrado, alguma fruta completa o perfil gustativo deste delicioso Escorihuela Gascón. Final longo, sem aspereza. Avaliação: 89/100 pts. +

O campeão da degustação não deu nenhum sinal de cansaço!
O campeão da degustação não deu nenhum sinal de cansaço!

1° – Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2002 – Álcool: 13% – Região: Colchágua/Apalta – importador: Mistral – preço: R$ 75 – adquirido no importador em 04.03.2005 – amadurecido em barrica de carvalho francês durante doze meses – campeão por unanimidade, este Cabernet Sauvignon de uma das mais quentes safras chilenas da década passada, exibiu coloração vermelho-rubi com leve halo granada em formação. Aromas abertos e típicos da casta no Chile, com notas de frutas negras, algum tostado sobre um fundo balsâmico, sem a tradicional nota de goiabada que às vezes domina os aromas dos tintos chilenos. No paladar sua entrada revelou um vinho de invejável equilíbrio gustativo, com o tripé, álcool, taninos e acidez em plena sintonia. Boa concentração de fruta. O conjunto destacou-se pela elegância e tipicidade. Exibiu o final mais longo e harmonioso da degustação, tendo merecido o pódio por unanimidade. Avaliação: 89/90 pts.+

 

As degustações são sempre as cegas...
As degustações são sempre as cegas…

Conclusão

Pode parecer que não, mas os vinhos foram escolhidos à dedo para essa degustação. Todos, sem exceção, estavam conservados na adega climatizada. Assim, tivemos um Cabernet Sauvignon argentino e outro chileno da mesma safra: 2002. Um blend argentino com participação majoritária de Malbec e um blend chileno com maior percentual de Cabernet Sauvignon, ambos da safra 2003. E, os dois vinhos restantes de safras mais antigas: um Cabernet Sauvignon australiano 1998 e um argentino de 1999.  Apenas um vinho não tinha Cabernet Sauvignon prevalecendo – o Miguel Escorihuela Gascón 2003 tinha mais Malbec.

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O Resultado

Nos embates às cegas entre vinhos da Argentina x Chile amiúde o resultado é favorável aos primeiros. Mas cabe esclarecer que o vinho chileno que sempre se destaca nas degustações às cegas da Confraria Esvaziando a Adega chama-se Cousiño-Macul. E não é que desta vez foi diferente? O Cousiño Finis Terrae brilhou mais uma vez, só que na terceira colocação. Quem levou o pódio foi um tinto chileno – o Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2002, safra reconhecidamente problemática no Chile na década passada. A pergunta que lançamos é a seguinte: será que este vinho numa safra atual ganharia a degustação com os mesmos tintos de safras recentes?  “Alea jacta est”.

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5 thoughts on “Esvaziando Adega – Cabernet Sauvignon 1998 – 2003”

  1. Prezado Jeriel, como fico satisfeito quando ouço alguém falar da Cousiño-Macul com o entusiasmo que vc descreveu sobre esse finis terrae…. Mas essa minha satisfação tem uma razão… Mais que uma razão, tem um motivo… Eu visitei no ano passado a vinícola e comprei lá mesmo um cabernet sauvignon antiguas reservas 1993…… Vc já viu, ouviu ou degustou essa garrafa?? Lá na vinícola o sommelier que nos atendeu/vendeu falou que o vinho ainda tinha potencial para mais 10 anos, ou seja, até 2023, mas não sei não… ainda estou com essa garrafa guardada, já comprei até o abridor de pinça, no caso da rolha espedaçar… rsrsrs… enfim… Mas ainda não o abri, estou procurando informações por onde posso sobre esse vinho… Será que ele já passou??? Será que está ótimo??? Enfim, vc tem informações sobre esse rótulo?? ( p.s.: Tenho também um finis terrae 2009 na adega refrigerada para abater daqui há um tempo… ). Aguardo, um forte abraço e sucesso pelo site!!

    1. Francisco,

      Se você vasculhar o blog, principalmente degustações denominadas “Esvaziando a Adega” o Cousiño-Macul é um dos vinhos que sempre se destaca, por ser longevo e por manter suas características por décadas a fio. Nunca degustei o 1993, mas sendo o Antiguas Reservas a probabilidade de estar bom é acima de 80%.

      Pode abri-lo agora ou esperar, mas acredito que como já antigiu a maioridade, está plenamente apto a ser degustado!

      atenciosamente

      Jeriel

      1. Já acompanho seu blog há um tempo, e vi quando vc disse sim que os Cousino são sempre campeões no esvaziando a adega… rsrsrs…. E é por essa autoridade q vc tem neles que perguntei à você sobre!! Sucesso p vc… Não sei se vc já tinha visto, mas tem no you tube um programa do Lopes o Vinho a Mesa, que ele dedica ao Lota, da Cousino… Acho que vale a pena conferir..Segue o link http://youtu.be/gyxatS6DITc
        Obrigado pelas suas considerações. Forte abraço!!

        1. Vou simplificar: o Cousiño-Macul é um dos mais longevos e confiáveis Cabernet Sauvignon do Chile. Como
          gosto muitos dos vinhos desse país, sempre tem espaço nas degustações que realizo com alguns amigos.
          Na minha adega tenho várias safras, só que a mais antiga é 1999; os anteriores já bebi todos, lembro-me dos
          1996, todos bons, inclusive o Riesling “Doña Isidora” que vale à pena ser provado.
          Obrigado por acessar o blog.

          Jeriel

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