Em 16.03.2010 publicamos artigo sobre o Leyda Pinot Noir Rosé 2007. Hoje, mais de um ano depois, estamos publicando um novo artigo, agora sobre um exemplar da safra 2006 que também se destacou por conta de seu frescor, intacto ao longo de 5 anos!!!

 

Os rosés estão na moda. Parece ser um verdadeiro must para qualquer produtor que se preze, produzir um Rosé. Não se pode olvidar que existe muito preconceito contra esse tipo de vinho, todavia, o respeitado critico de vinhos de Portugal, João Afonso, com a erudição que lhe caracteriza afirma que “encontram-se muitos rosés sobre-alcoólicos que não cumprem a principal virtude a que se propõe – serem frescos, leves e elegantemente perfumados. Mas também há produtores a trabalhar exclusivamente para a meta “Rosé”. Nestes casos o objetivo e eventual sucesso parece ser mais fácil de alcançar.”

Apenas para ilustrar transcrevo trecho do Guia Descorchados 2008: “A Leyda foi comprada este ano pelo grupo San Pedro (também composto por Santa Helena e Altair) e coincidentemente aumentou o seu portfólio de vinhos, acrescentando tintos de outras regiões. Para o guia Descorchados continuam relevantes os vinhos produzidos no Vale de Santo Antonio, lugar onde a Leyda foi a primeira a plantar uvas na segunda metade da década de 1990”.

No mesmo guia, o Pinot Noir Rosé  2007 recebeu 89/100 pts. com a seguinte descrição: “Há muitos produtores no mundo tentando levar à sério o rosé. Este pinot pode ser um bom ponto de partida, mas sem perder de vista que se trata de um vinho simples, agradável, fresco e cheio de fruta”.

 

 

Degustação

Leyda Pinot Noir Rosé “Loica Vineyard” 2006 – 14% álcool –  Exuberante cor salmão brilhante na transição para pêssego com discreto halo de evolução. Alguns minutos após abertura da garrafa deliciosas notas de morangos e cerejas  dominaram o conjunto. Na boca, subscrição total desses aromas com um frescor bem acima do esperado, porque a safra deste “Loica Vineyard” Pinot Noir é 2006, e para os rosés vale a regra estabelecida por Hugh Johnson: beber o mais jovem possível. Outro aspecto a ser ressaltado é o da tipicidade. Normalmente os rosés da América do Sul utilizam Cabernet Sauvignon (Chile) e Malbec (Argentina). No Brasil e no Uruguai e mesmo nos países retrocitados, outras uvas também estampam os rótulos, mas os vinhos, amiúde, não guardam relação com a casta utilizada. Os bons tem alguma concentração de sabor, mas desrespeitam o caráter varietal da cepa, no máximo conseguem ser refrescantes e nada mais. Pois neste item o Leyda também abre léguas de vantagens sobre seus concorrentes, porque se fosse servido às cegas, num copo de cor escura, um bom degustador conseguiria identificar sua casta ou sua procedência, eis que depois de algum tempo os aromas de morango e groselha cederam para frutas em compota a lembrar goiabada. Não consideramos isso um defeito, apenas uma característica do terroir chileno. Ainda na boca se destacou por sua acidez delicada, leve mineralidade, notas frutadas e uma saborosa concentração de sabor (cítrico) contrabalançada por ótima acidez que lhe confere frescor incomum para um rosé do Novo Mundo com três anos de idade. Para ser comprado de caixa e bebido aos “borbotões”, este Leyda Pinot ainda aguenta de 6/12 meses na garrafa, desde que conservado em ambiente climatizado. Avaliação: 87/100 pts.

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