Amante dos vinhos com bolhas, resolvi partir de volta rumo à Espanha e contar um pouco desta denominação singular, fortemente atrelada à Cataluña (pela maior concentração de bodegas e vinhedos e ser a primeira declarante oficial), porém a única que pertence a sete diferentes comunidades autônomas do país, por isso tratada de “Denominación Multicomunitaria”.

Antes que eu me esqueça, apesar do uso corrente do nome em ambos os gêneros, o correto (na Espanha) é referir-se ao vinho no masculino, “o Cava”!

NÚMEROS E UVAS

Embora haja referências até ao século XVI, em caráter experimental sua aparição deu-se somente em 1860. As primeiras cuvées comerciais vieram anos depois com Josep Raventós Fatjo. Em caráter industrial, só após a Segunda Grande Guerra.

São 160 localidades repartidas pelas 7 comunidades autônomas, sendo mais de 80% delas na Cataluña, num total de 260 bodegas e 32 mil hectares. Quase 90% da produção se concentra em Penedés, nas cercanias de Barcelona, precisamente em Sant Sadurní d’Anoia, de terroir rico em calcário.

Há 5 variedades brancas e 4 tintas (para os rosados) autorizadas, sendo as principais: Xarel-lo, Macabeo e Parellada para os brancos (Chardonnay também é permitida) e Monastrell para os rosés.

CADA CRIANZA, UMA HISTÓRIA

Como em todo grande espumante, as características do vinho dependem das castas usadas e do tempo que repousam em garrafa nas caves antes de serem vendidos. Os “Jóvenes” ficam por 9 meses em contato com as leveduras. Os “Reserva” passam um mínimo de 15 meses e tem uma coloração mais intensa e paleta aromática a frutas mais maduras. Os “Gran Reserva” tem um tempo mínimo que varia de 30-36 meses e tem distinção e complexidade suficientes para se equipararem a bons Champagnes!

O Cava é o espumante mais exportado do planeta! Há mais garrafas produzidas em Champagne, mas devido ao maior volume consumido internamente, os espanhóis vendem mais para o resto do mundo (150 milhões de garrafas em 2010).

O QUE ESPERAR DE UMA GARRAFA DE CAVA?

Quanto mais jovem, mais clara é a cor (você saberá pelo rótulo e/ou preço) e algumas vezes se nota borbulhas maiores em tamanho.

Aromaticamente vão dos mais jovens aos mais velhos, exibir desde notas de cítricos, florais e vegetais até fruta muito madura e notas de panificação.

Todas as uvas utilizadas são aptas para a elaboração de espumantes conferindo grande frescor para os jovens e muita estrutura para os grandes vinhos.

De acordo com o tipo e ocasião, tal como Champagnes, estes vinhos podem ser bebidos durante toda a refeição, do aperitivo à sobremesa! Salud!

André Logaldi

crédito da imagem: jornal do vinho

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