“O argentino Adolfo Lona é uma autoridade no mundo dos espumantes brasileiros. Trabalhou por 33 anos na extinta vinícola De Lantier (pertencente ao grupo Bacardi-Martini no Brasil), onde permaneceu até 2004. Desde então dedica-se à elaboração de uma linha de espumantes que recebe o seu nome no município de Garibaldi. Se um dia visitar a cidade de Garibaldi, vale procurar por sua vinícola e tentar encontrá-lo para um bate-papo sobre vinhos”. Fonte: Gil Mesquita, do  blog vinhoparatodos.blogspot.com, que publicou uma interessante entrevista (15/03.2010) com ele. E foi o que fizemos. Fomos lá conhecê-lo. A seguir algumas imagens de nossa visita realizada com a apresença de alguns jornalistas de várias partes do Brasil:

Os Espumantes Adolfo Lona são produzidos em Garibaldi/RS

 

 

 

 

Espumantes Adolfo Lona – provavelmente uma das melhores linhas dessa bebida produzida no Brasil. E o melhor: são comercializados por preços razoáveis

 

 

Espumante Orus Rosé na flûte

 

Orus Rosé: um dos grandes espumantes nacionais.

 

A safra 1991 do Baron de Lantier foi um verdadeiro marco na vitivinicultura nacional. Esse vinho foi elaborado sob a supervisão de Adolfo Lona.

Na pequena vinícola de Adolfo Lona todos procedimentos são manuais. São utilizadas 4 pessoas para a remoage. Alguns procedimentos são terceirizados e realizados na Cooperativa Vinícola Aurora, os espumantes método Charmat, por exemplo (em número de 3). Lona assim define a sua experiência de fazer espumantes: “nada além do prazer de fazê-lo” . Os espumantes produzidos pelo método champenoise são elaborados na adega do próprio Lona, e também são 3.

A seguir a relação dos vinhos degustados que se destacaram:

Adolfo Lona Brut Rosé – 12% álcool – Garilbaldi – RS – Variedades: Chardonnay (60%) e Pinot Noir (40%) – preço R$ 35,00 – autólise de 180 dias, pelo método charmat. É um Brut com 8 g de açúcar por litro.” Análise organoléptica:  Salmão intenso com reflexo rosado brilhante (casca de cebola). Ótima perlage, intensa, fina e persistente com bolhas pequenas em quantidade expressiva. Aberto nos aromas com boa fruta vermelha (morangos e cerejas) sobre um fundo de compota. O perfil aromático é muito bom. Na boca é vinoso, leve, frutado e com frescor muito bom. O álcool, na casa dos 12%, está perfeitamente integrado. Sem amargor, seguramente é  um dos melhores espumantes nacionais de sua categoria, porque seu preço acessível o insere numa faixa muito interessante para o consumidor e porque tem na tipicidade o seu destaque. Avaliação: 87/100 pts.

Espumante Adolfo Lona Extra Brut – “Orus Pas Dosé” – Método Tradicional – álcool: 12,3% – Variedades: Chardonnay, Pinot Noir e Merlot – região: Garibaldi – 24 meses de autólise – apenas 608 garrafas produzidas –   preço: R$ 110 (com caixa de madeira) – casca de cebola límpido, brilhante e intenso. Perlage médio com borbulhas pequenas em  profusão.  Aberto nos aromas com leveduras e frutas secas. Na boca confirmou esses aromas e se destacou por sua maciez, elegância e frescor. Corpo pleno, fruta madura e longa persistência. Fim-de-boca limpo, sem arestas. Avaliação: 90/100 pts.+

Espumante Adolfo Lona Moscatel – a legislação permite utilizar até 80 g/l. Aqui temos apenas 22 g/l. Normalmente utiliza-se de 25 a 30 g/l. É um Moscatel de aromas finos e delicados com notas de favo de mel sobre um fundo floral. Muito vivo e equilibrado na boca, sem dulçor exagerado de alguns produtos nacionais. O Adolfo Lona Demi-Sec também agradou, quer por seu sabor e também por seu frescor. Ambos não apresentaram nenhum amargor. Avaliação: 88/100 pts.

Conclusão

Os espumantes produzidos por Adolfo Lona realmente são bons e valem o que custam. Pena que o produtor até agora não conseguiu posicionar seus produtos no mercado mais importante do Brasil que é São Paulo. Como sempre, entraves tributários e a longa distância de Garibaldi dificultam sua comercialização. Adolfo Lona necessita de um distribuidor que realmente esteja interessado em trabalhar com toda sua linha de produtos e divulgá-los. A qualidade desses espumantes realmente é superior, basta dizer que quem escreve ao lado de outros jornalistas chegamos à conclusão no momento que o degustávamos ouvindo a preleção de seu produtor, o Pas Dosé Rosé, será presença obrigatória numa hipotética lista dos três melhores espumantes nacionais. Prova disso é que na degustação para eleição do melhor espumante nacional realizada recentemente pelo blogueiro Evandro Silva foi o vitorioso. Um vinho de excelente qualidade, produzido em quantidade diminuta (608 garrafas apenas), mas de nível de qualidade internacional.

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