O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, e a Sociedade Paulista de Cultura de Boteco, em parceria com a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, apresentaram o Festival Cultura de Boteco – Vinhos do Alentejo, no dia 21 de setembro de 2019, sábado, das 11h às 19h, com entrada gratuita.

Famílias e novos interessados em explorar a cultura do vinho foram bem-vindos, assim como aqueles que já apreciam esse universo. Planejado para ser uma verdadeira experiência enogastronômica, o Festival Cultura de Boteco (Miguel Icassatti) se destacou no conjunto das apresentações dos vinhos alentejanos, que teve Maria Amélia Vaz da Silva como representante da C.V.R.A.

Os Vinhos do Alentejo promoveram atividades gratuitas para as crianças, pocket-shows de chorinho e de fado e duas masterclasses (degustações de vinho comentadas pelo crítico brasileiro Alexandre Lalas, da Revista de Vinhos, de Portugal).

A seguir os vinhos degustados na ordem de preferências deste redator:

Bom Juiz Reserva Alentejo 2016 – Blogdojeriel.jpg

7° Bom Juiz Reserva DOC Alentejo 2016 – Álcool: 14,5% – Variedades: Syrah, Cabernet Sauvignon e Tinta Caiada – Importador: Casa Flora – vermelho-rubi intenso. Nos aromas um toque de baunilha se destaca (dezoito meses de amadurecimento em barricas de carvalho francês) sobre um fundo herbáceo. No paladar é um tinto tânico, encorpado, acídulo, alcoólico e potente. Com bem observou Alexandre Lalas, estamos diante de um tinto “equilibrado por seus excessos”. Faltou-lhe um pouco de fruta, mas nem isso foi suficiente para macular sua boa imagem. Termina deixando a sensação de “boca limpa”.

Esporão orgânico – Blogdojeriel.jpg

6° Esporão Colheita VRA 2017 – Álcool: 14% – Variedades: Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Aragonez – tinto orgânico da Herdade do Esporão que além da cor intensa, exibiu aromas balsâmicos e razoável quantidade de fruta. Na boca é macio mas menos complexo do que o esperado. Tem uma ponta de álcool que não desequilibra o conjunto, mas poderia ter mais fruta. É potente e com a passagem do tempo foi se desenvolvendo na taça. Terminou com persistência média.

Ripanço Private Selection – Blog do Jeriel

5° Ripanço Private Selection VRA 2017 – Álcool: 14% – Região: Alentejo/Distrito de Évora/Conselho de Reguengos de Monsaraz – Variedades: Syrah (48%), Aragonês (32%) e Alicante Bouschet (20%) – Imortador: Decanter – este vinho é praticamente um clássico da José Maria da Fonseca que não costuma decepcionar. Aqui a cor é intensa assim como os aromas, nos quais as notas vegetais, especiadas e de fruta em compota revezam-se entre si. No paladar é tânico (boa qualidade), alcoólico, persistente e termina com alguma rusticidade que tende a se dissipar com mais algum tempo de permanência do vinho na garrafa. Enfim, mais um tinto de tipicidade nitidamente alentejana.

Zambujeiro Alentejo 2016 – Blogdojeriel.jpg

4° Monte do Zambujeiro VR Alentejo 2015 – Álcool: 14% – Variedade: Aragonez, Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Tinta Caiada, Petit Verdot e Trincadeira – Importador: Casa Flora – intenso na cor e nos aromas com notas de especiarias emolduradas por fruta em compota, este elegante tinto alentejano se destacou no paladar pela harmonia e crocância do conjunto que se revelou acertado/equilibrado com fruta e madeira na quantidade certa. Expansivo, encorpado, termina com boa persistência.

Art.Terra Amphora VRA 2017 – Blogdojeriel.jpg

3° Herdade de São Miguel Art.Terra Amphora VRA 2017 – Álcool: 13,5% – Variedades: Moreto, Aragonês e Trincadeira – Art. Terra Amphora Herdade de São Miguel VRA 2016 – Álcool: 13,5% – Variedades: Moreto, Trincadeira e Aragonez – Importador: Cantu – Preço médio: R$ 180 – este tinto também se destacou na degustação. Produzido de uvas plantadas em solos xistosos, fermentado em ânforas de barro, exibiu cor violácea com alguma profundidade. Exibiu aromas complexos com sugestões de frutas vermelhas e especiarias em profusão. No paladar verificamos a confirmação das sensações olfativas. Taninos macios de excelente textura resultando num tinto expressivo, potente, acídulo, conformando um perfil tipicamente alentejano tendo no equilíbrio um de seus destaques. Fresco, expansivo, profundo, sem arestas e de grande personalidade que se apresenta aos poucos na taça. Enfim,  a passagem por ânforas de barro fez e a faz a diferença neste “Amphora” ! 

Courela Vinho Regional Alentejano 2018  – Blogdojeriel.jpg

2° Courela Vinho Regional Alentejano 2018 – Álcool: 13,5% – Variedades: Aragonez (48%), Syrah (46%) e Touriga Nacional (6%) – vermelho-rubi intenso com reflexo púrpura. No nariz frutas vermelhas e negras dominam o conjunto tornando-o intenso e convidativo. No paladar verificamos a confirmação dessa fruta até com mais delicadeza e frescor. Os taninos são de excelente qualidade e o vinho, praticamente sem arestas, é um exemplo do que é  bom  não precisa custar caro – aqui estamos na faixa dos R$ 65 – com a  entrega de muita qualidade para sua categoria. Cortes de Cima vem se firmando como um dos mais consistentes produtores do Alentejo.

Herdade da Capela DOC Reserva 2011 – Blogdojeriel.jpg

1° Herdade da Capela DOC Reserva 2011 – Álcool: 14% – Importador: Irmãos Seguso (Poços de Caldas/MG) – Variedades: Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet – vermelho-rubi esmaecido. Aromas complexos, de nítido perfil terciário com frutas secas, tabaco e couro. No paladar é um  vinho pronto, de taninos de excelente qualidade, álcool generoso sem incomodar, madeira integrada e ótima concentração de sabor. Não podemos esquecer que a safra em questão foi excelente em toda Península Ibérica e este vinho tem um frescor acima da média. Está no auge e assim permanecerá por mais algum tempo.

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