O vinho do mês de junho de 2020 é de um produtor catarinense do Vale do Itajaí que vem se destacando no contexto dos produtores locais e também nos concursos nacionais de vinhos: estamos falando da Vinícola San Michele, localizada em Rodeio (pouco mais de 40 km de Blumenau), município que se caracteriza por preservar as tradições dos fundadores imigrantes italianos do Trentino Alto Adige/Sudtirol. Todavia, as uvas são cultivadas na Serra Catarinense.
A história da Vinícola San Michele começou há 25 anos, quando os catarinenses e descendentes de imigrantes italianos do Trento, Marcelo Luiz Sardagna e Silnei Alberto Furlani, partiram para uma temporada na Itália a fim de estudar os métodos tradicionais de vinicultura do Velho Mundo para poder implementar este conhecimento em terras catarinenses. Estudaram e se especializaram no renomado Instituto San Michele all’Adige, na Itália durante alguns anos, antes de retornarem ao Brasil para realizar o sonho de engarrafar sua própria produção. Os enólogos cultivam, com êxito, diversas castas de mudas italianas no Brasil, como Sangiovese, Teroldego e Nebbiolo, plantadas na Serra Catarinense e vinificadas na cidade de Rodeio, sede da San Michele.
Degustação – Vinho do mês de junho de 2020
San Michele Maso Alto 2017 – Variedades: Sangiovese, Merlot e Cabernet Sauvignon – Álcool: 13% – Região: Rodeio/Vale do Itajaí/SC – Preço: R$ 55 (davinícola.com.br) – Vermelho-rubi de média intensidade límpido e brilhante. Nos aromas o ataque inicial é de cereja, morango, groselha, notas de baunilha num fundo balsâmico com boa sustentação. Na boca sua entrada revelou um tinto imponente, com boa fruta, taninos macios, acidez na medida proporcionando fluidez e balanço ao vinho que depois de aberto dificilmente permitirá que sua taça fique vazia! Enfim, além da excelente tipicidade, o vinho tem pegada, eis que concebido à moda dos célebres supertoscanos, com um sutil toque de madeira (barricas francesas e americanas de terceiro uso de 8 a 12 meses) que vinca sua personalidade. Agora vem o melhor: é detentor de excelente-relação preço-qualidade. Diz o velho ditado que “não podemos julgar um livro pela capa”, mas no caso do vinho ocorre o contrário: quando não conhecemos a nossa tendência é a de julgar pelo rótulo e aqui o enófilo não irá se arrepender porque a apresentação caprichada condiz com a qualidade do líquido envasado. Apenas duas mil garrafas produzidas. Por último e não menos importante, este Maso Alto é detentor de excelente relação preço-qualidade, simplesmente uma das melhores entre os vinhos nacionais! Avaliação: 89/100 pts.