No dia 26 de junho de 2020, os participantes da Confraria Esvaziando a Adega, reuniram-se na Livraria Sereia para degustar vinhos de procedências variadas. Dela participaram, além deste redator, os confrades José Luiz*, Lucas, Melissa e Romeu. A seguir os vinhos degustados na ordem de serviço:
Arnaldo Caprai Grechetto Colli Martani Grecante 2010 – Álcool: 13% – Região: Úmbria – Importadora World Wine – preço: R$ 59,90 (já esgotado) – Notas históricas por André Schmid: durante o Renascimento, muitos vinhos eram conhecidos como ‘Greco’, ‘Grecante’ e ‘Grechetto’. O Grecante da região de Montefalco era um dos mais apreciados. Na época, o mandatário da municipalidade enviava esses vinhos como valiosos presentes a príncipes e clérigos influentes. Análise organoléptica: vinho de coloração amarelo-dourada já bastante evoluída. Aromas complexos com notas de frutas tropicais maduras como melão fresco e um ligeiro aroma secundário de pêssego maduro. Essas características nos levam, prima facie, a crer que o vinho estagiou em barrica. Nada mais longe da verdade. São 4 meses em aço inox e 2 meses em garrafa. Na boca, sua complexidade se revela, destacando-se a mineralidade, secundada por maçã verde, um delicado toque de mel e castanhas. Corpo médio e acidez não tão marcada, já devido à idade. Avaliação: 90/100 pts.
Gracia de Chile Colección Blend 2008 – Variedades: Syrah, Merlot e Mourvédre – Região: Vale do Maipo – Álcool: 14% – Importador: Expand – Gracia de Chile pertencia a Viñedos y Bodegas Corpora que não existe mais, era um conglomerado de vinícolas com vinhedos nos principais vales chilenos; este vinha do Maipo. Aos doze exuberante beneficiado pela longevidade da Syrah, estrutura da Mourvédre e maciez da Merlot. Alias, aqui temos um corte único que reflete a liberdade criadora do Novo Mundo, parecido com o trio Grenache, Syrah e Mourvédre…coloração vermelho-rubi com halo granada, nariz com fruta em compota ao lado de um toque herbáceo. Macio, denso, volumoso, frutado no paladar marcado pela virilidade dos taninos consolidando um perfil potente e suculento. Um tinto de boa acidez, levemente alcoólico, que suportou bem doze anos. Prová-lo ao lado dos confrades Esvaziando a Adega foi uma grata surpresa! Avaliação: 89/100 pts.
Vale D’Algares “D” n° 2270 – Vinho Regional Tejo 2008 – Álcool: 13% – Variedades: Syrah, Petit Verdot e Viognier – blend das variedades francesas de excelente adaptação ao terroir do Tejo, fermentadas em lagares de pedras com pisa humana. Na taça um tinto vigoroso, de estilo marcante, cheio de vida, de personalidade forte como a maioria dos vinhos dessa importante região vitivinícola portuguesa. “D” de Devaneio consoante seu contrarrótulo assinado pelo Enólogo Pedro Pereira Gonçalves, que recomenda seu consumo até 2025 eis que a safra 2008 foi excelente na região. E não é que o referido profissional está certo na sua afirmação!? Um vinho de estilo francês e alma lusitana, dotado de várias camadas de sabor e que sabor! Um tinto de cor profunda, aromas complexos, personalidade vincada, intenso, elegante e muito bem feito. Simplesmente perfeito aos doze anos. Avaliação: 91/100 pts.