Características Climáticas da região produtora (Alentejo): clima de características mediterrâneas com influência continental e atlântica. Distingue-se de todo o restante do Alentejo pela altitude (Serra de São Mamede), que proporciona noites muito frescas e dias mornos, uma pluviosidade mais equilibrada e uma luminosidade excepcional.
Características do Solo: solos predominantemente graníticos, com algumas manchas de xistos. Potencial médio em termos nutritivos e índices hídricos adequados.
Elaboração: a vinha é conduzida dentro de um sistema de proteção integrada e após uma forte redução da produção e uma colheita das melhores uvas brancas da quinta, manualmente, bloco por bloco e casta por casta em caixas de 20 kg. A fermentação decorreu em barricas novas de carvalho francês a 14°C, com posterior amadurecimento sobre as lias e periódicas “bâtonnages”.
Características Organolépticas: coloração palha clara, cristalina, com reflexos verdeais. O olfato está muito limpo e atraente, com fruta tropical e citrina agradavelmente envolvida nos fumados e nas especiarias da barrica. Ótima estrutura em boca, cremoso e sápido, instigante e persistente.

2017-02-23 13.45.26
O projeto Altas Quintas nasce da obsessão de fazer no Alentejo vinhos com características diferentes para apreciadores exigentes. Não apenas grandes vinhos, mas vinhos que reflitam a obsessão em surpreender e proporcionar o prazer que só os grandes vinhos conseguem dar. A diferença de Altas Quintas começa na sua localização. Num planalto a 600 metros de altitude em pleno Alentejo, a Serra de São Mamede.

Degustação – 

Altas Quintas Reserva-DO Vinho Regional Alentejano 2005 – Álcool: 14,5% – Região: Serra de São Mamede/Alentejo – Variedades: Alicante Bouschet e Trincadeira – Importador: Decanter – Pedro Garcias, do portal português Fugas – Público, ao fazer resenha sobre este tinto assinalou de forma resumida que – “Um vinho pouco alcoólico e, ao mesmo tempo, envolvente, delicado, complexo e longo é o sonho de qualquer enófilo, sobretudo quando esse vinho tem já uns anos de vida. O problema é que começa a ser cada vez mais difícil encontrar vinhos com esse perfil”. Análise organoléptica: o Reserva-do 2005 apenas foi lançado em 2011. Assim sendo atualmente conta com doze anos e na taça não denunciou o peso da idade, ao contrário, exibiu cor violáceo com halo granada em formação. Repito as escorreitas palavras de Pedro Garcias que descreve muito bem este alentejano de excelência: “Não é pouco alcoólico, no entanto, bebendo-se, ninguém diria que tem 14,5%. É um daqueles tintos que nos obrigam a relativizar a questão do excesso de álcool. Há vinhos com 12% de álcool que são mais pesados do que outros com 14 ou 15%. O essencial é haver um equilíbrio entre os diversos componentes. Podendo haver esse equilíbrio com graduações baixas, tanto melhor. Ora, este Reservado-do 2005 é um tinto que não cansa porque possui uma acidez belíssima, que atenua o álcool, a fruta madura e o estágio de 24 meses em barricas novas de carvalho francês. Foi feito para ser o Obsessão de 2005, mas as exigências colocadas sobre este vinho levaram o produtor a engarrafá-lo com outra marca. Salvaguardando as diferenças, foi como se estivesse para ser Barca Velha e acabasse por sair como Ferreirinha Reserva Especial. Na Sogrape enganaram-se algumas vezes. Resta saber se os produtores do Reserva-do e o seu enólogo, Paulo Laureano, não se arrependerão também no futuro da decisão tomada”. Anoto que os aromas deste tinto de doze anos tem um nítido perfil terciário, com notas de tabaco, chocolate, leve couro e especiarias sobre um fundo balsâmico que se destaca com ampla sustentação na taça. Todavia, volto a mencionar a descrição do degustador supracitado: “o efeito do longo estágio em madeira foi atenuado pelos quase três anos que o vinho leva de garrafa. Os aromas e sabores impetuosos da juventude foram-se refinando e ganhando novos matizes que a acidez do vinho ajuda a acentuar e a equilibrar. Ainda tem vários anos pela frente, porque, sendo elegante e delicado, possui excelentes taninos e acidez. Mas o nível de complexidade que já atingiu, aliado à sua enorme frescura de boca, faz deste tinto das alturas da serra de São Mamede uma proposta irresistível desde já. Encerro salientando que este longevo tinto tem a nítida pegada rústica dos tintos alentejanos, sentida no longo fim-de-boca, mastigável, profundo e intenso. Aberto agora, poderá ser bebido nos próximos 3/5 anos com alguma tranquilidade. Avaliação: 90/100 pts.+

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